
Folha de S. Paulo
A viagem do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos Estados Unidos para um encontro com o líder americano, o democrata Joe Biden, deve ficar para depois da cerimônia de posse, agendada para 1º de janeiro de 2023, afirmou nesta segunda-feira (5) o ex-chanceler Celso Amorim.
Principal conselheiro do petista para a política externa, o ex-ministro participou do encontro de Lula com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan. “O presidente [eleito] comentou a situação interna, negociações diversas que ainda estão ocorrendo e disse que talvez não desse [para ir aos EUA antes de assumir]. Não disse não, mas que talvez não desse, e valorizou muito o fato de o convite ter sido feito dessa maneira“, afirmou Amorim.
“Ele acha que dá para ir logo no início do ano [2023] também, já numa visita oficial como presidente.”
DESAFIOS COMUNS
Sullivan viajou ao Brasil para fazer o convite a Lula e discutir “desafios comuns” aos dois países, incluindo crise climática, segurança alimentar, democracia e imigração. Segundo o relato de Amorim, a conversa de Lula com o representante de Biden foi “muito ampla, incluindo temas regionais, globais e mundiais”.
A pacificação do Haiti foi um dos temas contemplados. De acordo com o ex-chanceler, tanto Lula quanto Sullivan demonstraram preocupação com a situação do país da América Central, mas o conselheiro americano não fez nenhum pedido especial ao futuro governo brasileiro.