
Folha
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, evitou reconhecer o resultado da eleição que alçou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto pela terceira vez e afirmou, nesta terça-feira (8), que a sigla fará oposição ao futuro governo.
Ele também confirmou que Jair Bolsonaro (PL), a partir do momento que deixar a Presidência, terá um cargo no partido e salário pago pela sigla. A ideia é que ele desempenhe um papel na legenda e tente manter relevância pelos próximos anos.
Em sua primeira entrevista coletiva desde que ocorreu o mensalão, escândalo que acabou com sua prisão, o dirigente partidário condicionou o reconhecimento da derrota de Bolsonaro ao relatório que o Ministério da Defesa apresentou sobre as urnas eletrônicas.
RECONHECER A ELEIÇÃO
O dirigente partidário foi questionado por jornalistas se, ao não reconhecer a eleição de Lula, não poderia colocar em xeque também a vitória dos mais de 100 parlamentares do PL.
Valdemar tergiversou. Primeiro, disse que “lógico que valeu” a eleição que consagrou seu partido como a maior bancada do Congresso. Em seguida, reconheceu que “pode ser que” a eleição de sua bancada fique ameaçada, a depender do relatório.

FUTURO DE BOLSONARO
Questionado sobre o futuro de Bolsonaro, Valdemar afirmou não ter dúvidas de que ele será candidato à Presidência em 2026. Ele disse ainda ser muito importante que Bolsonaro percorra o país para continuar cultivando os mais de 58 milhões de votos que ele teve no segundo turno. O ativo eleitoral do chefe do Executivo foi citado por várias vezes,
“Hoje nós queremos que ele comande o nosso partido. Queremos o Bolsonaro à frente dessa luta que ele construiu para elevar nosso partido a um patamar mais importante”, afirmou Valdemar, ao anunciar cargo no partido ao atual mandatário.
“O PL não renunciará às suas bandeiras e ideias. Será oposição aos valores comunistas e socialistas, oposição ao futuro presidente”, disse ainda. Valdemar também condicionou o apoio à reeleição do presidente Arthur Lira (PP-AL) ao apoio do deputado a um candidato do partido no Senado.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a posição do partido não irá definir os rumos da governabilidade no Congresso. “Além do PL, nós temos dezenas de outros partidos que nós estamos conversando, estamos dialogando, e temos a certeza de que vamos conseguir responder aos anseios do Brasil”, afirmou.