Assessoria – O câncer de colo de útero é o terceiro mais incidente entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a taxa é de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. Por ano, pelo menos 6 mil brasileiras morrem por causa da doença e a estimativa é de que, até o final do triênio 2023-2025, 17 mil pacientes sejam diagnosticadas com o tumor causado pelo papilomavírus humano (HPV).
Para ajudar na detecção de lesões no colo do útero e de infecções pelo HPV, estudantes dos cursos de Saúde do UniCuritiba colocam em prática o conhecimento adquirido em sala de aula. Em maio, 50 alunas divididas em grupos estão fazendo o exame Papanicolau em 60 mulheres privadas de liberdade do CIS (Centro de Integração Social), no Complexo Penitenciário de Piraquara.
O projeto é capitaneado pela biomédica Yasmin Carla Ribeiro, professora do curso de Biomedicina do UniCuritiba – instituição da Ânima Educação. “A universidade não deve morrer dentro de seus próprios muros. Os projetos de extensão são essenciais para levar a faculdade para fora, acolher a comunidade, visualizar cenários reais e sair da bolha da academia. Isso traz benefícios não só para a comunidade, mas para a instituição e a formação de estudantes mais zelosos, éticos e com entendimento social.”
Saúde da mulher
Durante as visitas à Penitenciária, as estudantes do UniCuritiba fazem a coleta, a preparação e a leitura das lâminas do exame preventivo (Papanicolau). O projeto, explica Yasmin, envolverá o olhar e o cuidado com toda a saúde da mulher. Além dos exames, a instituição de ensino fará ações de conscientização sobre a saúde feminina.
Além de detectar infecção pelo HPV e lesões precursoras do câncer do colo do útero, o Papanicolau indica se há outras inflamações ginecológicas que precisam de tratamento. “É a primeira vez que realizamos esse trabalho na penitenciária e, para o futuro, temos planos de atender, em nossas clínicas escolas de Saúde, outras mulheres em situação de vulnerabilidade”, anuncia a biomédica.
A primeira fase de exames está sendo realizada neste mês de maio, mas a intenção do UniCuritiba é manter o serviço de forma recorrente, já que o Papanicolau faz parte do protocolo de prevenção da saúde da mulher.
“O biomédico é um agente da saúde e tem por missão ajudar com diagnósticos mais precisos e contribuir com a dignidade da saúde humana. Aproximar as alunas das diferentes realidades e processos de saúde-doença, além de mostrar que a população carece de atendimento digno e humanizado vai contribuir para a formação de profissionais com um olhar mais sensível e cuidadoso”, diz a professora.
Sonho realizado
O projeto de atendimento às mulheres privadas de liberdade é um sonho antigo da professora e biomédica Yasmin Carla Ribeiro. “Essa ideia nasceu quando eu ainda estava na faculdade, em 2012, e ficou guardada no meu coração. No ano passado, durante o Outubro Rosa, depois de ministrar uma palestra na Penitenciária Feminina do Paraná, surgiu a oportunidade de colocar a ideia em prática.”
O sonho encontrou respaldo no UniCuritiba. “Unimos essa minha idealização, a demanda existente e a filosofia da instituição, que é transformar o país pela educação, e o projeto saiu do papel”, comemora a professora.
A diretora-adjunta do UniCuritiba, Marcela Xavier, está orgulhosa e entusiasmada. “Acabamos de completar 75 anos de história e a forma de celebrar essa data é oferecer à comunidade o que temos de melhor, que é o conhecimento. É lindo ver nossos professores e estudantes engajados em ações que transformam a realidade das pessoas que estão em nosso entorno.”