quinta-feira, 17 outubro, 2024
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TV Band realiza primeiro embate entre Pimentel e Cristina

Por André Nunes – A TV Band Paraná realizou na noite desta segunda-feira (14) o primeiro debate do segundo turno das eleições 2024 para a Prefeitura de Curitiba, com os candidatos Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB). O debate pode ser assistido no link abaixo:

A emissora montou uma mega estrutura para comportar 200 convidados de cada candidato, com expectativa de até 500 pessoas durante a noite, reunindo imprensa e equipe de cobertura do debate. As torcidas chegaram cedo, com bandeiras, carros elétricos e muita palavra de ordem. Quando a equipe do Mural do Paraná chegou, pouco antes das 20h30, o candidato a vice na chapa de Cristina, Jairo Filho, tentava entrar pelo portão principal, sendo hostilizado verbalmente pela torcida de Pimentel.

Cristina foi a primeira a chegar e falou com a imprensa, por volta das 20h. Além do vice, Jairo, veio acompanhada de Raíssa Soares, conhecida como “doutora Cloroquina”, anunciada como sua futura secretária da saúde. Já Pimentel chegou perto das 21h acompanhado da esposa, Paula; entre seus apoiadores, figuras como a deputada Márcia Huçulak, o secretário municipal Luiz Fernando Jamur e a secretária estadual Leandre Dal Ponte.

Conforme destaca o Bem Paraná, em conversa com jornalistas, os dois candidatos já trataram de partir para o ataque um contra o outro. Críticas não faltaram, bem como apelos aos eleitores. De um lado, Cristina se colocou como a “candidata antissistema” e disse querer se apresentar aos eleitores curitibanos que anseiam por mudança. Do outro, Pimentel chamou a adversária de “aventureira” e ainda a ironizou: “Até hoje, depois de 60 dias, não sei falar uma proposta da candidata Cristina, porque ela só ataca com desinformação e fake news”.

Fotos: Franklin de Freitas / Bem Paraná

Às 22h, a torcida de Cristina – visualmente distinguível pelas cores da bandeira brasileira – começou a cantar o Hino Nacional. Os candidatos aguardaram o horário de início do debate em salas separadas, com suas equipes. Às 22h30, ambos foram para o estúdio ao lado de Alessandra Consoli, jornalista da TV Band.

O primeiro bloco contou com 12 minutos para cada candidato, no formato “banco de tempo“. Cristina começou falando, se apresentou e questionou Eduardo sobre o caso do servidor comissionado que teria pedido doação para um jantar de arrecadação de campanha. Pimentel esclareceu o caso, dizendo que foi um episódio isolado e que está em investigação. E rebateu dizendo que Cristina não tem propostas e só faz acusações.

Na sequência, Eduardo indagou Cristina sobre seu plano de mobilidade e eletromobilidade para a cidade. Como proposta, ela citou o VLT como alternativa de modal, por não poluir o meio ambiente. Pimentel rebateu apontando um dos pontos do programa da oponente, com proposta de tarifa proporcional por trecho percorrido, que poderia encarecer a passagem para a população que vive distante do Centro. Graeml argumentou que a proposta é uma tentativa de baratear a passagem de R$ 6.

Eduardo Pimentel. Foto: Franklin de Freitas

“Meu plano de governo não foi feito com ChatGPT. Agora é hora de comparar os candidatos”. Eduardo Pimentel

Após falarem sobre transporte coletivo, Pimentel questionou Cristina sobre a pandemia e “onde estava cada um”, dizendo que trabalhou ao lado do prefeito Rafael Greca, enquanto a candidata “gravava vídeos” pregando a desinformação, destacando sua anunciada provável secretária “doutora cloroquina”. Num dos pontos de alfinetadas, Graeml disse que Eduardo teria ficado “andando serelepe” pela cidade durante os períodos de lockdown enquanto os empresários não podiam trabalhar.

O segundo bloco foi destinado a perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Entre os temas apresentados, a área da saúde. As acusações se seguiram, com boutades de Pimentel sobre usos do fundo eleitoral (que o PMB não pode usar por estar bloqueado, por não prestar contas à Justiça Eleitoral, segundo noticiou a Folha), acusações de estelionato ao vice de Cristina e a suposta ocultação de bens da candidata.

A gestão das creches municipais também foi abordada, bem como a fila de espera. Temas como a finalização das obras da Linha Verde também foram debatidos.

Cristina Graeml. Foto: Franklin de Freitas

“Quando ele fala em ChatGPT no nosso plano de governo, está menosprezando os 200 voluntários que nos enviaram propostas”. Cristina Graeml

O terceiro e último bloco retomou o formato de tempo livre, com 12 minutos para cada candidato administrar como quisesse. Eduardo destacou suas propostas voltadas à população feminina, em especial as vulneráveis socialmente, acusando Cristina de sequer citar a palavra “mulher” em seu plano de governo.

Graeml cutucou o opositor dizendo que sua coligação é um “balaio das loucas”, com muitos aliados para acomodar nas secretarias municipais. Afirmou que seu secretariado será indicado por concursos voltados a pessoas com perfil técnico, à exceção de secretarias como a saúde “e outras que ainda serão anunciadas antes do segundo turno”.

Pimentel falou sobre habitação popular, com 15 mil novas habitações criadas pela Cohab e a promessa de 20 mil novas moradias para a próxima gestão, além do aluguel social permanente para agilizar a fila de espera de famílias.

Análise

O clima foi de “bordoadas” o debate todo, mas o primeiro bloco “animou” mais o público e a imprensa que acompanhava ao vivo na TV Band. Mesmo diante da oratória afiada de Cristina, com seus de mais de 30 anos de jornalismo, Eduardo mostrou serenidade em seu posicionamento, com postura mais firme e determinada do que nos debates do primeiro turno. Por diversas vezes, a candidata o acusou de passar por “mídia training” e ser um candidato ensaiado.

Um ponto curioso presente no debate, que já se mostrava presente anteriormente: a disputa pelo eleitorado conservador de direita, com um tentando acusar o outro de ser “menos de direita” ou até “esquerdista”. O inusitado é que nem Cristina, nem Eduardo pareceram sinalizar ao eleitor de centro e progressista, que alçaram Luciano Ducci (PSB) ao terceiro lugar no pleito.

Segundo um interlocutor, a expectativa da campanha da situação é que os eleitores indecisos, parte dos votos de Ducci/Goura, e de candidatos como Luizão (Solidariedade) e Maria Victoria (PP) – ambos com apoio já declarado – migrem para Pimentel nessa reta final.

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