Plataforma que reúne comunidades com milhares de apoiadores de Bolsonaro se compromete a abrir canal do tribunal eleitoral e apurar denúncias
Folha
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o Telegram assinaram na segunda-feira (16) uma parceria para enfrentar a desinformação durante as eleições deste ano.
A medida ocorre após a plataforma ter entrado na mira do Judiciário brasileiro e assumido compromissos contra as fake news. O Telegram abriga comunidades com milhares de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o memorando, o Telegram irá criar um canal oficial do TSE dentro da plataforma para divulgar informações sobre as eleições.
“O TSE é o primeiro órgão eleitoral no mundo a assinar um acordo com a plataforma que envolve cooperação e ações concretas”, disse a corte eleitoral, em nota.
O aplicativo ainda deve prestar suporte técnico para o TSE operar robô que responde a dúvidas sobre as eleições. Além disso, desenvolver ferramenta para marcar conteúdos “desinformativos”.
“Também será disponibilizado um canal extrajudicial para que o TSE realize denúncias na plataforma. Quando houver denúncias, o Telegram conduzirá investigação interna para verificar se os canais indicados violaram os termos de serviço e políticas da plataforma”, disse o tribunal.
Em março, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acolheu pedido da Polícia Federal e determinou que as plataformas e provedores de internet bloqueassem o funcionamento do Telegram em todo o Brasil.
Para conseguir o desbloqueio, a empresa assumiu compromissos com o STF, envolvendo moderação e combate à desinformação e aderiu ao programa de enfrentamento à desinformação nas eleições da corte eleitoral.
