Senadora do MDB entrou de cabeça na campanha petista e ganhou projeção nacional
O GLOBO
Um dos principais trunfos da vitoriosa campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem boa chance de receber um convite para assumir um ministério no próximo governo.
O próprio Lula nunca escondeu que deseja ter a senadora em seu governo. Aliados do presidente eleito, na mesma toada, afirmam que ela só não será ministra se não quiser. Os petistas já ventilaram pastas como Meio Ambiente, Educação e Agronegócio para Tebet ocupar a partir do próximo ano.
A senadora, no entanto, se recusou a manter qualquer conversa sobre o assunto antes do resultado das urnas. E também se mostrou incomodada com os rumores espalhados por interlocutores do ex-presidente.
Aliados da senadora, que termina seu mandato este ano, dizem que uma eventual composição depende de saber, antes, qual será a organização das pastas. Interlocutores afirmam que só faria sentido para ela ocupar um ministério de projeção nacional.
PROJETO NACIONAL
É certo também que a senadora irá trabalhar num projeto nacional para os próximos anos, sobretudo após desgaste que o apoio a Lula ocasionou em sua terra natal, o Mato Grosso do Sul.
Antes de qualquer acerto, é preciso que o PT se resolva com o MDB. Os ataques de Lula ao ex-presidente Michel Temer, chamado de golpista no último debate, criaram uma animosidade dentro do partido e dificultam a celeridade dessas conversas.
Independente de ocupar uma pasta, petistas dizem que a senadora deverá ter um papel importante na transição do governo. Poderá ajudar Lula tanto sendo eleita para a equipe que fará este trabalho quanto de dentro do Senado Federal, sem um cargo. Também acreditam que, ao lado do vice Geraldo Alckmin (PSB), ela ajudará o novo governo a alcançar uma frente ampla num Congresso majoritariamente conservador.