Plural – A Tribuna do Paraná, um dos mais tradicionais jornais curitibanos, deixará de circular em papel após 69 anos de história. Fundado em 1956 pelo ex-governador Paulo Pimentel, o jornal está hoje nas mãos da família Cunha Pereira, proprietária do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), que engloba a Gazeta do Povo e oito emissoras de tevê afiliadas à Rede Globo, além de rádios.
O furo sobre o fechamento do impresso foi dado pelo Blog do Zé Beto. Segundo o blogueiro, o jornal segue com sua publicação apenas na Internet. A informação foi confirmada pelo Plural com jornalistas da Tribuna, que foram informados recentemente da situação.
Criada pelo jornalista e advogado João Féder na década de 1950 a pedido de Pimentel, que na época já era proprietário de O Estado do Paraná, a Tribuna tinha como nicho inicialmente as classes mais populares. Era um jornal, segundo Féder, para ser vendido nos pontos de ônibus.
Esportes e policial
Ao longo das décadas, o jornal ficou conhecido pela cobertura de esportes, as colunas picantes e pelo sensacionalismo nas notícias policiais. Sempre vendido mais barato que os concorrentes, teve grande circulação e criou um estilo de jornalismo popular.
Em 2011, quando Pimentel anunciou seu desejo de vender o jornal, o GRPCom decidiu comprar a Tribuna para evitar que algum concorrente de fora do estado aproveitasse a oportunidade de entrar no mercado curitibano. Mais conservador, o grupo imediatamente começou a mudar a cara do jornal, acabando com os anúncios de prostituição, as fotos apelativas e restringindo a cobertura policialesca.
O fechamento do impresso segue a tendência do grupo, que em 2016 encerrou a publicação em papel da centenária Gazeta do Povo. O terceiro jornal impresso do grupo, o Jornal de Londrina, fechou em 2015.
