quinta-feira, 26 dezembro, 2024
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“Tatuagem” traz história de amor e repressão ao Festival

Estrelado por Irandhir Santos e Jesuíta Barbosa, o filme “Tatuagem”, de Hilton Lacerda, marcou o cinema nacional em 2013. A história de amor e repressão de Clécio e Fininha, em plena ditadura militar, na Recife de 1978, embalada pela icônica trilha sonora de Johnny Hooker agora pode ser vista nos palcos. O 32º Festival de Curitiba recebe nos dias 27 e 28 de março, no Teatro Guairinha, o espetáculo “Tatuagem”, da Cia da Revista. Com classificação indicativa de 16 anos e duração de 150 minutos, “Tatuagem” está com ingressos à venda pelo site do Festival, e na bilheteria física do ParkShoppingBarigüi.

O musical estreou em abril de 2022, no Espaço Cia da Revista, em São Paulo. “A trupe teatral Chão de Estrelas é liderada pelo extravagante Clécio Wanderley e tem Paulete como a principal estrela do grupo. Numa noite de show, eles recebem a visita do cunhado de Paulete, o jovem militar Fininha. Encantado com o universo criado pela companhia, ele logo é seduzido por Clécio. Os dois iniciam um tórrido relacionamento, que coloca Fininha frente a um grande problema: lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura. Um espetáculo sobre o amor e a liberdade em tempos de opressão”, descreve a sinopse dessa adaptação dirigida por Kleber Montanheiro.

O elenco conta com a participação de André Torquato, Bibi Wine, Pedro Arrais, GuRezê, Júlia Sanchez/Larissa Noel, Lua Negrão, Lucas Truta, Mateus Vicente, Natália Quadros, Roma Oliveira e Zé Gui Bueno. Já a direção musical e os arranjos são assinados por Marco França e a produção pela Movicena Produções.

História premiada

Tatuagem” venceu o Kikito de melhor filme em Gramado, em 2013. Por sua vez, o espetáculo já recebeu indicações no Prêmio APCA, para Montanheiro (Direção), e seis indicações ao Prêmio Bibi Ferreira (Melhor Espetáculo Brasileiro, Melhor Direção, Melhor Ator Coadjuvante – André Torquato, Revelação em Musicais – Cleomácio Inácio e Direção Musical e Melhor Arranjo Original em Musicais para Marco França).

Foto: Sergio Santoian

Um fato curioso é que o Chão de Estrelas é inspirado no Teatro Vivencial, uma trupe pernambucana que fez sua arte nos anos de 1970 e 80, conhecida por sua militância poética e como ícone da contracultura. O próprio trabalho feito pela Cia. da Revista tem muitas semelhanças com o do grupo retratado pelo filme”, conta Kleber Montanheiro.

O diretor complementa: “nós todos temos essa ideia de junção de linguagens. A música sempre está muito presente em nossos espetáculos e exploramos outras possibilidades, como a dança, o circo, o circo-teatro e a própria revista como um gênero. Isso tem muito a ver com o Chão de Estrelas. E é interessante porque esse grupo estava inserido em um contexto de luta pela liberdade e nós estamos lutando para continuar com nosso espaço aberto, que ficou muito tempo fechado durante a pandemia”, compara.

Tatuagem é o segundo espetáculo da trilogia de peças “Conexão São Paulo-Pernambuco”, que teve início em 2021, com a estreia de “Nossos Ossos”, a partir do romance de Marcelino Freire. “Para nós, um momento marcante foi a ida do espetáculo para o Festival de Recife, casa do ‘Tatuagem’, em 2023”, conta o diretor.

Trilha sonora d’As Baías

Kleber Montanheiro conta que a ideia de montar a adaptação surgiu nesse período de isolamento, em um momento que ele estava revisitando obras que marcaram sua vida. “Acho que a música acabou sendo o ponto de partida. Eu estava assistindo ao filme e notei que as canções d’As Baías se encaixavam perfeitamente em várias cenas. Tenho amizade com a banda, principalmente com a Assucena, pois dirigi o show da turnê “Mulher”, do primeiro disco delas. E parecia que as músicas tinham sido feitas para o filme”, comenta.

Embora a adaptação seja muito fiel aos diálogos do longa, a trilha sonora passou a incorporar as 23 canções de Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena – que ainda compôs mais uma música inédita, “Tatuagem”, como tema do espetáculo.

Existem várias camadas da música dentro da peça. Como as canções das Baías não contam uma história com começo, meio e fim, mas falam sobre um tempo, muitas vezes, a música tem uma função narrativa. Às vezes, funciona como um pensamento de uma personagem, comenta uma ação anterior e até anuncia algo que está por vir”, acrescenta o diretor.

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