O caso dos dez estudantes angolanos cegos, que integram o coral Cantores de Angola, e estão sob ameaça de retornarem, contra a vontade, ao país de origem se encaminha para um final feliz. Depois da repercussão nos principais jornais e veículos de comunicação da cidade, a população curitibana se comoveu e se prontificou a ajudar os estudantes.
“Recebi cinco contatos de advogados, oferecendo seu trabalho gratuitamente, em solidariedade aos jovens cegos angolanos. Isto me emocionou. Aguardamos agora a resposta do Cônsul de Angola ao vice-governador Flávio Arns, que fez o pedido da continuidade do auxílio financeiro aos estudantes até março de 2015, para que eles possam se manter no país até que seus vistos de permanência saiam e eles tenham condições para trabalhar”, conta a professora Leomar Marchesini, do grupo Uninter/Facinter, encarregada dos programas de inclusão de alunos com deficiência na instituição universitária.
2 – VISTOS DE ESTUDANTES
Os jovens foram transplantados de Angola para Curitiba há 14 anos, quando eram crianças, e acolhidos pelo Instituto Paranaense de Cegos (IPC). Um deles tinha sete anos quando chegou aqui. Hoje, moram em casas alugadas. São apoiados financeiramente pela representação diplomática do país africano.
O governo de Angola quer que os jovens, a maioria deles universitária, retorne à África, da qual os moços e moças estão desenraizados. Os vistos, que vencem em abril de 2015, são de cortesia e em condição de estudantes, o que os impede de trabalhar e garantir seu próprio sustento no Brasil.
3 – CASOS ESPECIAIS
“O Defensor Público Geral da União, Dr. Dennis Otte Lacerda, comprometeu-se, em reunião na vice-governadoria, a dar andamento aos processos em caráter de emergência. Um dos casos mais fáceis de ser resolvido é o da estudante Marcela Mizelaque, que é mãe de filho brasileiro, com pai brasileiro”, afirma a professora, que acompanhou nesta quinta (11) outra das estudantes, Emilia Baca Cussama, à Defensoria Pública da União. A angolana está internada em clínica psiquiátrica por depressão, e foi acompanhada por uma responsável da clínica, localizada em Piraquara.