Agência DW – Em reunião na segunda-feira (18) com representantes do regime e da oposição da Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chefes de Estado de França, Colômbia e Argentina, bem como um representante da União Europeia, cobraram a organização de eleições transparentes no país sul-americano. Os detalhes da reunião foram divulgados nesta terça-feira.
No encontro com Delcy Rodriguez, vice-presidente da Venezuela, e Gerardo Blyde, negociador dos partidos de oposição, os chefes de Estado levantaram a possibilidade de suspensão das sanções aplicadas internacionalmente contra a Venezuela, caso o regime garanta a realização em 2024 de eleições transparentes e inclusivas e acompanhadas de monitoramento internacional.
Conforme declaração conjunta divulgada pelo governo brasileiro, foi feito “um apelo em prol de uma negociação política que leve à organização de eleições justas para todos, transparentes e inclusivas, que permitam a participação de todos que desejem, de acordo com a lei e os tratados internacionais em vigor, com acompanhamento internacional”.
“Esse processo deve ser acompanhado de uma suspensão das sanções, de todos os tipos, com vistas à sua suspensão completa”, acrescenta a declaração.
A proposta foi feita pouco depois do regime chavista voltar a tomar medidas para sufocar a oposição. Na última semana, um influente líder do chavismo anunciou que seu país não pretende permitir que observadores da União Europeia monitorem o pleito de 2024. Antes disso, o regime também tomou medidas para tornar inelegíveis vários opositores, incluindo a ex-deputada Maria Corina Machado.
O encontro ocorreu em Bruxelas, na Bélgica, à margem da cúpula entre a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia. A reunião foi realizada na véspera e durou uma hora e meia, de acordo com o governo brasileiro, embora o comunicado com mais detalhes só tenha sido distribuído nesta terça.
“Os Chefes de Estado e o Alto Representante instaram o governo venezuelano e a plataforma unitária da oposição venezuelana a retomar o diálogo e a negociação no âmbito do processo do México, com o objetivo de chegarem a um acordo, entre outros pontos da agenda, sobre as condições para as próximas eleições”, segundo a declaração.
Em abril, o governo dos Estados Unidos já havia afirmado que está preparado para suspender gradualmente as sanções contra a Venezuela se o país garantir eleições justas.