HomeOpinião de ValorSalvando vidas: Junho vermelho e a importância de doar sangue

Salvando vidas: Junho vermelho e a importância de doar sangue

Por Dimas de Almeida Araujo – No decorrer da história, a doação de sangue tem desempenhado um papel crucial na medicina transfusional, proporcionando avanços significativos no tratamento de diversas condições médicas. No entanto, enfrentamos desafios persistentes devido à disseminação de informações incorretas e mitos que cercam essa prática vital.

Desde a descoberta dos grupos sanguíneos por Karl Landsteiner, no século XX, até os avanços modernos na triagem e armazenamento de sangue, a doação de sangue evoluiu para se tornar uma parte essencial da medicina contemporânea. No entanto, mitos e equívocos têm minado a confiança do público, afetando o abastecimento dos hemocentros e colocando em risco a vida de pacientes que dependem de transfusões sanguíneas para sobreviver.

Um dos mitos mais comuns é a crença de que a doação de sangue pode prejudicar a saúde do doador ou enfraquecer seu sistema imunológico. Contrariamente, estudos demonstram que doar sangue é seguro e pode até mesmo trazer benefícios à saúde, como a redução do risco de doenças cardiovasculares.

Outras falsas informações incluem a ideia de que doar sangue pode afetar o peso corporal ou causar dependência. Na realidade, a doação de sangue não tem impacto significativo no peso ou na saúde física do doador. Além disso, o sangue doado não é usado para engrossar o sangue de outra pessoa, mas sim para tratar uma variedade de condições médicas, desde traumas até doenças crônicas ou câncer.

É essencial dissipar o medo relacionado ao processo de doação. A doação de sangue é rápida, simples e segura. É realizada por profissionais treinados em hemocentros equipados para garantir o conforto e bem-estar do doador. Após a doação, o doador é monitorado e recebe os cuidados necessários para garantir sua saúde e segurança.

Para se tornar um doador de sangue, é necessário atender a critérios específicos estabelecidos pelas autoridades de saúde, visando garantir a segurança do doador e do receptor. Os requisitos incluem ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar mais de 51 quilos com um Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 18,5, e não fazer uso de certos medicamentos especificados. Além disso, é crucial não ter histórico de doenças como câncer, HIV, diabetes, ou problemas graves em órgãos vitais, bem como não estar grávida, amamentando, ou ter recebido enxerto de dura-máter.

Outras condições, como ter feito tatuagem recentemente, não dormir adequadamente antes da doação ou consumir álcool ou tabaco antes do procedimento, também podem afetar a elegibilidade para doar sangue.

Menores de idade precisam de autorização dos pais ou responsáveis, enquanto idosos podem doar apenas se já tiverem doado anteriormente antes dos 61 anos. Esses critérios são essenciais para garantir a segurança tanto do doador quanto do receptor do sangue doado.

Além disso, a legislação brasileira prevê benefícios aos doadores, como a dispensa do trabalho no dia da doação, incentivando assim a participação nessa prática solidária.

Em alguns estados, como Paraná, Espírito Santo e Amazonas, os doadores recebem benefícios como cobertura de despesas de deslocamento, precedência em exames e atendimento médico, e vantagens culturais, como descontos em ingressos. Esses incentivos não só reconhecem a importância da doação, mas também visam aumentar a participação nessa prática solidária.

Considere reservar um tempo para doar sangue e faça a diferença na vida de outras pessoas. Sua contribuição é valiosa e pode significar a diferença entre a vida e a morte para alguém em necessidade.

Vamos juntos construir um futuro mais saudável e esperançoso para todos, através da doação de sangue.

(*) Dimas de Almeida Araujo é Enfermeiro, especialista em Docência do Ensino Superior, pós-graduando em Enfermagem em Saúde Pública e Saúde da Família e Professor e Tutor no Centro Universitário Internacional Uninter

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