sexta-feira, 12 setembro, 2025
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RPC realiza último debate entre Pimentel e Graeml

Por André Nunes – A RPC TV realizou na noite desta sexta-feira (25) o último debate do 2º turno para a Prefeitura de Curitiba, entre Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB).

O clima tenso começou já nos bastidores, desde a chegada dos candidatos na redação da emissora, durante as falas para imprensa. Enquanto Eduardo apontou os ataques feitos pela propaganda eleitoral de Cristina à sua família, dizendo que nada ficaria sem resposta, muito menos “ataques à honra e ataques familiares”, mas que seu foco na noite de hoje seria a apresentação e comparação de propostas e planos de governo.

Por sua vez, Cristina disse que “não responderia às calúnias” feitas nos últimos dias, que se ateria aos temas e regras do debate, propostas pela emissora, sem antecipar quais seriam suas temáticas abordadas. Em clima mais hostil com a imprensa que cobria o debate, a candidata fugiu das perguntas sobre a perda de apoio do PMB estadual e sobre uma tentativa de aproximação de membros de sua campanha com Beto e Fernanda Richa, ainda na pré-campanha.

Pimentel e Graeml falam com a imprensa que cobre o debate da RPC. Fotos: André Nunes

O debate

O primeiro e terceiro blocos foram de temas livres, com tempo corrido. O segundo e quarto blocos trouxeram perguntas e respostas entre os candidatos, conforme explicou o mediador Wilson Soler. Cristina começou com a palavra e falou que sua candidatura “se opõe à união das máquinas públicas da prefeitura, governo, Assembleia e Câmara Municipal”, e que não responderia a calúnias.

Eduardo falou que agora é a hora da escolha entre as duas propostas e experiência em lidar com os problemas da cidade, criticando os ataques feitos pelo programa eleitoral da opositora à sua família, que foi ao ar nesta sexta (25). Perguntou sobre as propostas da saúde. Cristina respondeu superficialmente sobre o tema e mudou de assunto.

Ainda sobre a saúde, Eduardo apontou que a candidata anunciou que Curitiba tem muitos profissionais e médicos competentes para assumir a secretaria da saúde, ao contrário de Cristina, que anunciou que vai trazer sua secretária da saúde vinda de fora (a chamada Doutora Cloroquina), e não por um processo seletivo, como Cristina alega que fará com seu secretariado.

Cristina retomou os ataques feitos desde o primeiro turno, contra cartilhas na rede pública com temáticas LGBT. Pimentel esclareceu que o uso das cartilhas foi direcionado para professores que ensinam para adolescentes, e que o tema já ganhou direito de resposta.

Eduardo retomou as acusações, denúncias e condenações sobre Jairo Filho, o vice de Cristina, ao que a opositora negou. Aliás, o nível do debate começou abaixo da cintura: Graeml mencionou a falecida mãe, a esposa e mulheres da família de Pimentel, perguntando como elas se sentiam com os ataques que ela está sofrendo enquanto mulher. O candidato rechaçou as menções e pediu respeito.

Segundo bloco

Foto: André Nunes

“A senhora se incomoda com o meu preparo, não consegue se conformar que eu discuto a cidade de Curitiba com propriedade”. Eduardo Pimentel

Sobre o tema educação infantil: Cristina abre perguntando sobre a fila das creches. Pimentel listou os vários temas que Graeml não respondeu no bloco anterior, e anunciou os mais de 30 CMEIs que serão construídos em sua gestão, com recursos do governo do Estado. Eduardo administrou melhor o tempo, podendo falar sozinho por 90 segundos enquanto Cristina esgotou seu tempo na primeira pergunta.

“O mundo não gira ao seu redor. Tem mania de perseguição. Isso não é o Show de Truman.” Eduardo Pimentel

O segundo tema foi vacinação da Covid. A candidata falou que só tomou duas doses, depois parou. Eduardo apontou as críticas contra a vacinação feitas pela opositora durante a pandemia, como comentarista política. “O que a Dra Cloroquina vai trazer?”. Cristina fugiu da pergunta, mas em outro momento defendeu a escolha de sua futura secretária.

Terceiro bloco

Bastidores dos estúdios da RPC. Foto: André Nunes

Pimentel perguntou sobre as políticas públicas da candidata para a população feminina:

“Não divido as pessoas em caixinhas. Meu plano de governo não tem a palavra ‘mulher’, mas também não tem a palavra ‘homem’.” Cristina Graeml

Aumento da tarifa de ônibus: Cristina alegou ser uma mentira que estaria sendo “desmentida com ajuda da Justiça Eleitoral”. Eduardo alegou que a opositora se contradiz toda vez que toca no assunto, dando explicações diferentes sobre sua proposta de tarifa por quilômetro rodado.

“Não vamos aumentar a tarifa além dos R$ 6. O que queremos é tentar reduzir a tarifa com nossa equipe, com Paulo Guedes e outros ‘notáveis’ que irão nos ajudar”. Cristina Graeml

O candidato perguntou sobre como seria baixada a passagem de ônibus, e de onde ela tiraria os recursos. Em mais um momento de tensão, Cristina falou que Eduardo tinha problemas de cognição, ao que ele novamente pediu respeito. Pela segunda vez, o candidato do PSD administrou melhor o tempo e ficou mais de dois minutos com tempo livre para detalhar sua proposta para o transporte coletivo.

No último bloco, os pontos altos foram políticas para pets e radares. Outro momento tenso na discussão, quando Eduardo disse que poderia pedir direito de resposta por ter sido acusado mais uma vez de “ter problema de cognição“. E mais uma vez, falaram das famílias um do outro. Pela terceira vez, Pimentel ficou por mais de um minuto falando após o fim do tempo de Cristina, quando o assunto eram os radares.

Pimentel manteve o bom desempenho demonstrado no debate da RIC TV, sendo firme nas perguntas e respostas, principalmente diante das provocações de Graeml, que demonstrou mais nervosismo dessa vez. A candidata do PMB manteve a tônica de falar superficialmente de seu plano de governo, chamando o eleitor para seu site e redes sociais, além de partir para ataques, com sua oratória televisiva.

Entre os colegas de imprensa que cobriram o debate, comentários antes do início já antecipavam o clima que se veria ao vivo, rememorando que não se via uma campanha municipal com esse nível de ataques desde a disputa de 2004, que opôs Beto Richa (PSDB) e Angelo Vanhoni (PT) em segundo turno. Mas talvez partindo para o nível de ofensas familiares e fake news, 2024 ainda seja a maior das últimas duas décadas.

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