Fundadora do Beatles Cavern Club, nascido em 1967 em Curitiba, a jornalista Dirlene Sabóia Cunha enriquece as informações ontem registradas pela coluna sobre o fã clube, dos primeiros de Curitiba.
Em dezembro, parte do grupo fará um “reencontro de saudade”.
Acho que a presença do beatle Paul, fazendo excursão no Brasil no momento, pode ter aguçado o espírito de reavivamento do grupo que se reunia no porão da casa de Dirlene.
Dirlene manda à coluna um precioso depoimento, que segue. Entre os betlemaníacos do clube estava também o artista plástico Rones Dumke, hoje um nome consolidado nas artes plástica dos Paraná. Leiam:
2 – NOS IDOS DE 67
“O “Beatles Carven Club” de Curitiba nasceu lá pelos idos de 1966/67, quando eu e uma colega de classe no Colégio Estadual do Paraná, (Izabel Cristina Liviski), conversávamos com outra menina da mesma escola, chamada Jandira (hoje Sra. Geraldo Bolda), e ela nos contou que estava frequentando um fã clube dos Beatles que existia no bairro dela.
Como fazíamos o mesmo percurso no retorno para casa, depois desta conversa com a Jandira, eu e a Izabel começamos a trocar ideias e resolvemos também fundar um fã clube do quarteto inglês de maior fama, naqueles tempos.
Foi assim que surgiu o “Beatles Carven Club”, no porão da casa de meu pai.
Começamos com umas sete meninas, todas colegas ou conhecidas da escola. As reuniões eram registradas em livro ata e realizadas apenas aos domingos, no horário das 14 às 18h.”
3 – A PARTILHA
“Nos encontros trocávamos revistas, fotos, figuras de álbuns, combinávamos idas aos cinemas em grupo, ouvíamos e cantávamos as músicas de nossos ídolos. Quem viajava para o exterior e comprava discos que não haviam sido lançados no Brasil, traziam para tocar no clube para ouvirmos em primeira mão. Revistas e jornais estrangeiros que traziam reportagens com John, Paulo, George e Ringo, também eram bem disputados.
Um dia, eu e a Izabel tivemos a “brilhante” ideia de colocar anúncio do clube, numa revista jovem da época. Lembro da bronca que levei de meu pai, quando ele chegou do correio com um maço de cartas que entupiram a caixa postal dele… Eu havia dado o número desta caixa como endereço para a correspondência. Vieram cartas do Brasil inteiro, de Norte a Sul.
Respondi todas, a mão mesmo! Eu catava milho na máquina de datilografia.”
4 – O CLUBE BOMBOU
Maios adiante, assinala Dirlene:
“O clube bombou, como dizem hoje, e as reuniões passaram a contar com 30 a 40 pessoas compartilhando o mesmo espaço e gosto musical. Chegamos a ter inscritos 70 sócios!
Das meninas do ginásio vieram outros fãs trazidos pelos mais antigos, e entre estes jovens estiveram no clube além de mim, e a Izabel Liviski, que além de fotógrafa, se formou em Sociologia; Antonia (Tonica) Chagas (jornalista, atriz, cantora), José Roberto Oliva (publicitário, compositor e cantor); Silvia Folloni (artista plástica e professora de francês).
E também: Tadeu Hamilko (empresário); Marilda Manfredini (Pedagoga); Rones Dunke (artista plástico – conhecemos na escolinha de arte do Colégio Estadual), Cleuza Horylka, Ana Gonzáles, Sueli, Roseli Folda, Luiz Fernando Oliveira Franco e muitos outros que desconheço o que fazem hoje em dia, mas certamente lembram-se dos tempos do Beatles Carven Clube.
Alguns destes antigos associados do clube irão se encontrar no próximo mês de dezembro, ainda sem data definida, para matar as saudades desta época (e lá se vão mais de 40 anos), que deixou ótimas lembranças.”