Aimeé Sottomaior; Virgínia Lane; Getúlio Vargas
Para os de minha geração, criados sob os encantos da “Vedete do Brasil” – Virgínia Lane -, nada poderia ser mais chocante do que a notícia da segunda-feira (10): morria a atriz, encantadora de multidões e mesmerizadora (hipnotizadora) de notáveis homens públicos.
Um de seus mais constantes admiradores – e com quem teve um caso por 10 anos – foi Getúlio Vargas, ditador e depois presidente da República.
O auge da carreira, segundo assinalam os pesquisadores da vida de Virgínia, ocorreu em 1951, quando Getúlio entregou-lhe o título pelo qual passaria a ser conhecida: “Vedete do Brasil”.
O romance de Virgínia Lane com Getúlio era notório nos meios palacianos.
Para alguns que acompanharam o romance de GV e da vedete, “ela frequentava mais o Palácio do Catete do que muitos ministros”. Ufanava-se, é verdade, conforme depoimento dado há anos a jornalistas, de entrar e sair do palácio do Catete “pela porta da frente”. Muitas vezes por semana. Viajava para o exterior com Getúlio: precedia o presidente, indo acompanhada de Gregório Fortunato, o “Anjo Negro” em tempo de esperar o amado, e assim despistar. Chegava mesmo a firmar contratos, nas viagens, para apresentações, como fez em Portugal.
NO PARANÁ
Getúlio, com suas peripécias amorosas – embora casado com dona Darcy Vargas – tem ligações com o Paraná. Seu mais célebre caso amoroso, mantido também por anos seguidos, foi com a mulher de um auxiliar de seu gabinete. Ela, deslumbrante, elegantíssima, chamava-se Aimeé Sottomaior Sá, de Ponta Grossa.
Ainda nesta década, Aimeé, nonagenária, vivia em Paris, viúva de um milionário francês. Morreu lá.
O envolvimento de Getúlio com a paranaense era tanto que ele confessa, numa das páginas de seu diário, a que teve acesso o biógrafo de GV Lira Neto: dava escapadas em busca “desse refrigério”. No caso, Aimeé (amada, em francês).