sábado, 16 novembro, 2024
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PUCPR adota modelo da PUC do Chile, a melhor da América Latina (I)

PUC do Chile
PUC do Chile

O modelo muito bem sucedido da Pontifícia Universidade Católica do Chile, Santiago, hoje colocada em todos os rankings importantes como a melhor universidade da América Latina, já começa a dar seus frutos em Curitiba, na PUCPR.

O primeiro de uma série de frutos calcados na universidade chilena, cuja importância acabou destronando do primeiro lugar a USP, é a decisão que nossa Pontifícia universidade tomou: ampliar os canais de qualificação da graduação.

Hoje são cerca de 100 os cursos de graduação da PUCPR, espalhados em seus campi. Esse é apenas o primeiro de uma série de passos que serão gradativamente dados a conhecer.

PUC do Paraná
PUC do Paraná

2 – REQUALIFICAR COORDENADORES

E no que consistirá esse “aperto” num primeiro passo?

O começo pode apresentar dificuldades, como todas as inovações trazem. Mas já estão em andamentos passos que “não têm volta”, como garante uma fonte da PUCPR.

O mais impactante dessas medidas é a requalificação de todos os coordenadores de cursos, que passarão a ser formados para as funções de gestores. Gestores de graduação.

Dezembro deste ano e fevereiro são essenciais nesse processo de mudança, meses em que haverá uma reciclagem geral dos atuais coordenadores. Isto quer dizer que os coordenadores voltam às salas de aula, como discípulos. E como mestres poderão ter gente notável de outras universidades. Um exemplo, nesse sentido, me foi dado por professor da área de Saúde: “É possível que tenham no período de reciclagem dos coordenadores a presença de notórias autoridades convidadas por suas especializações. E que poderão continuar conosco, depois, por certo tempo…”

Um exemplo de possibilidade: “Se temos na Universidade Federal de São Carlos um curso de excelência em Fisioterapia, por que não colhermos a experiência deles?”, disse um fisioterapeuta-professor.

3 – QUEM FICA, QUEM SAI?

Os que se enquadrarem com proposta de renovação serão mantidos nas posições. Mas basicamente o que a PUCPR pedirá – tal como existem em universidades como a PUC do Chile e mesmo em Harvard – é que os coordenadores se transformem em reais gestores, capazes de ir além da simples coordenação, mas tendo, por exemplo, ampla noção de como andam e como ensinam os cursos das demais universidades brasileiras. E assim agindo, sendo capazes de capitanearem um amplo processo de melhora das áreas que dirigem.

E com nova mentalidade comandando os coordenadores-gestores, a PUCPR pretende que os cursos de graduação passem por um “filtro de qualidade”, hoje inexistente na área no Brasil. Esse filtro atingirá também a chamada educação continuada (os MBs, especializações).

Na PUCPR, ouvindo alguns professores de diversos cursos de graduação, a coluna retirou uma média de opinião. A principal delas é a de que as graduações, ao contrário do que ocorre com os Mestrados e Doutorados da instituição (que se submetem ao crivo da Capes), carecem de qualquer “controle de qualidade”.

4 – PINOCHET FEZ UM BEM

Há vários passos desse processo de renovação em andamento, resultado de visitas “in loco” à PUC chilena feitas por dirigentes da PUCPR.

Afinal, por que a PUC do Chile conseguiu superar, por exemplo, a USP, e tornar-se a melhor da América Latina?

Isso aconteceu em 1984, quando a ditadura de Pinochet cortou da PUC local – e das demais universidades do país – os subsídios de 80% que o governo lhes garantia. Ficaram apenas com 20% de subsídios.

E, diante dessa nova realidade, foram obrigadas a se reinventar.

(PROSSEGUIRÁ)

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