sábado, 8 fevereiro, 2025
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Programa Nacional de Imunizações enfrenta baixa adesão

Assessoria – O Dia Nacional da Imunização será celebrado nesta sexta (09). A data tem como objetivo chamar a atenção para a importância das vacinas, tanto para o indivíduo quanto para a saúde coletiva.

Manter a vacinação em dia, inclusive na fase adulta, é um dos melhores métodos para evitar doenças e infecções. Isso acontece porque ao entrarem no organismo, as vacinas – que possuem moléculas mortas ou atenuadas – fazem com o que o sistema imunológico reaja e produza os anticorpos necessários à defesa contra os agentes, o que torna o corpo imune a eles e às enfermidades que causam.

Pioneirismo há 50 anos

O Brasil foi pioneiro na incorporação de diversas vacinas no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) e é um dos poucos países no mundo que oferecem de maneira universal um rol extenso e abrangente de imunobiológicos.

Criado em 1973, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza gratuitamente mais de 300 milhões de doses de vacinas anuais para os estados e municípios, visando a imunização de crianças, adolescentes, adultos e idosos em todo território nacional. Atualmente, o PNI oferece 19 vacinas para mais de 20 doenças.

Falsa sensação de segurança

“Em 2023 o PNI vai completar 50 anos, mas atualmente ele é vítima do seu próprio sucesso. A baixa procura pelos imunizantes pode estar relacionada ao fato de existir toda uma geração que não precisou lidar com surtos das doenças que hoje são preveníveis graças ao PNI”, explica o especialista em patologia clínica e membro do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6), Alisson Luiz Silva.

Outros fatores que contribuem para a baixa adesão vacinal são falsas informações a respeito da eficácia e segurança das vacinas, as mentiras e Fake News que circulam pelas redes sociais. “Temos um paradoxo em plena era digital. O que teoricamente facilitaria a propagação da informação e do conhecimento às regiões mais longínquas, tem sido usado para o lado errado. É preciso combater e punir a desinformação e o desserviço à sociedade”, enfatiza Alisson.

Queda na cobertura vacinal

Em dezembro de 2022, o Instituto Nacional de Câncer – vinculado ao Ministério da Saúde – lançou o livro Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil. A obra mostra que são esperados 704 mil novos casos de câncer anuais no país entre 2023 a 2025. As regiões Sul e Sudeste concentram cerca de 70% da incidência.

“O que mais chama atenção é que o câncer de colo do útero em algumas regiões é o segundo mais incidente, ficando atrás somente do câncer de mama. Mas diferente dos outros tipos, o câncer do colo do útero na maioria das vezes é evitável com a imunização que já é ofertada no calendário do PNI desde 2014 e tem como público alvo meninos e meninas entre 9 e 14 anos”, enfatiza o biomédico Alisson Luiz Silva, que também é especialista em hematologia, banco de sangue e imunologia.

Curiosamente, dados recentes divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que 87,08% das meninas brasileiras entre 9 e 14 anos receberam a primeira dose da vacina em 2019. Em 2022, a cobertura caiu para 75,81%. Entre os meninos, a cobertura vacinal caiu de 61,55% em 2019 para 52,16%, em 2022.

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