domingo, 6 outubro, 2024
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Professores universitários discutirão controverso decreto de Dilma

A multiplicação de universidades está novamente transformando Curitiba em “Cidade Universitária”, título que ostentou nas décadas de 30, 40, 50, quando estudantes de todo o país vinham estudar em nossa Universidade (que só se tornou federal em 1950).

Naquelas décadas, poucas universidades existiam no país e as instituições de ensino federais também não eram muitas. Com a expansão do ensino universitário público nos outros Estados do país, foi diminuindo o fluxo de estudantes de fora do Paraná e diminuiu, também, o número de estudantes vindos do interior, quando cidades como Londrina, Maringá e Ponta Grossa se transformaram em centros universitários, graças à iniciativa do governo do Estado. Hoje, as Universidades se difundem por todo o Paraná.

2 – CABEÇAS PENSANTES

Olympio de Sá Sottomaior Neto
Olympio de Sá Sottomaior Neto

Curitiba volta a ser a “Cidade Universitária” graças à massa crítica de docentes e discentes, em número cada vez mais significativo, tendo em vista a multiplicação das instituições superiores de ensino. Uma das formas de expressão desse novo panorama é o volume de pesquisas, dissertações e teses.

Nossos “scholars” não pensam apenas dentro dos gabinetes acadêmicos, mas trazem seus trabalhos à disposição de um público mais vasto.

Um dos protagonistas dessa nova situação é o editor Anthony Leahy, que tem buscado “garimpar” no ambiente universitário textos destinados à divulgação, sempre empenhado em “agitar” os meios intelectuais.

3 – CIDADANIA E DEMOCRACIA

Marilena Wolf de Mello Braga
Marilena Wolf de Mello Braga

Vários livros e coletâneas já vieram a lume e agora, na próxima terça feira, dia 24, será lançada mais uma coletânea: o volume “Cidadania & Democracia”, com a participação de dezessete professores universitários.

São eles: Adriana Martins Silva (Unicuritiba, Uninter, Facinter); Anthony Leahy (ex-diretor da Fundação Orlando Gomes da Universidade Federal da Bahia); Amanda Marcondes Caldas (acadêmica da Unicuritiba); Francisco Cardozo Oliveira (Unicuritiba e Escola da Magistratura do Paraná); Ana Lucia Pretto Pereira (Unibrasil); Eduardo Biacchi Gomes (pós-doutor pela UFRJ); Luis Alexandre Carta Winter (doutor em direito pela USP); Helio de Freitas Puglielli (professor aposentado da UFPR e PUC/Pr), José Osório do Nascimento Neto (Unibrasil), Marilena Wolf de Mello Braga (professora convidada da Fundação Getúlio Vargas), Octavio Campos Fischer (Unibrasil), Olympio de Sá Sotto Maior Neto (promotor e docente do ensino superior), Paulo Ricardo Schier (Unibrasil); Ricardo Costa de Oliveira (UFPR); Rui Magalhães Piscitelli (Procurador federal); Sergio Karkache (Universidade Positivo); Sérgio Luiz Lacerda (PUC/Pr); e Sergio Luiz Sottomaior Arzua Pereira (da diretoria do Instituto de Engenharia do Paraná).

Ricardo Costa Oliveira
Ricardo Costa Oliveira

4 – UM TEMA POLÊMICO NA NOITE DE LANÇAMENTO

O lançamento ocorrerá, a partir das 19h00 de 24/06/14 no Palacete dos Leões, na Avenida João Gualberto, precedido por palestra do organizador da coletânea, prof. Eduardo Biacchi Gomes. O tema é polêmico: afinal, o que realmente representa o decreto presidencial 8.243/2014? Fortalecimento da democracia direta ou governo paralelo? Socialismo democrático ou socialismo bolivariano? Fortalecimento da participação popular ou enfraquecimento do Congresso?

Vale lembrar que o decreto da presidente Dilma, em editorial do “Estadão”, foi caracterizado como “conjunto de barbaridades jurídicas” e por Reinaldo Azevedo, na revista “Veja”, como “a instalação da ditadura petista por decreto”.

Um assunto tão vibrante, portanto, quanto atuais são os trabalhos da coletânea organizada por Eduardo B. Gomes e lançada por Leahy.

5 – OPINIÃO DO MESTRE PUGLIELLI

Hélio de Freitas Pugliell
Hélio de Freitas Pugliell

Hélio de Freitas Puglielli é o professor por excelência. Sua passagem pela PUCPR e UFPR foi um semear contínuo, distribuindo conhecimento e aprendendo com os alunos, conforme ele diz sempre. E deixou saudade nas duas universidades, posso garantir.

Pois fui ouvir Puglielli a propósito dessa coletânea universitária. Dele colhi o seguinte:

“Assim como, nas pequenas cidades da Suíça, o povo se reúne em praça pública para tomar decisões diretamente, sem intermediação de políticos, o povo brasileiro – já que seus representantes não o representam de modo satisfatório– precisa erguer a voz nas praças e nas ruas, numa espécie de “democracia direta”, que não pode ser evidentemente maculada por atos de violência e vandalismo.

6 – PELA DEMOCRACIA

“Manifestações pacíficas, mas firmes, autênticas e espontâneas” é o que preconiza Helio Puglielli na coletânea. “As circunstâncias históricas levam o Brasil a ter como caminho a seguir a “institucionalização do protesto”, pois a retórica parlamentar vazia dos atuais representantes não sintoniza com os objetivos de aprimoramento de nossa vida democrática. É o próprio povo que terá de ser o protagonista de uma epopeia em prol da autenticidade democrática e da eficiência e honestidade na vida pública.

Novos partidos, novos políticos, nova Constituição, novos caminhos para o Brasil: tudo isso necessariamente virá com o tempo, mas só o povo mobilizado poderá acelerar o processo”.

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