
UFPR
Na mesma data em que é comemorado o Dia do Médico no Brasil, a partir desta terça-feira (18) até o dia 23 de maio de 2023, no Museu da História da Medicina do Paraná, localizado na Santa Casa de Curitiba, o público pode visitar a exposição que conta a trajetória de Maria Falce de Macedo, primeira médica do Paraná e professora catedrática do Brasil e análises clínicas. A visitação é guiada e gratuita e precisa ser agendada pelo site, e-mail museu@santacasacuritiba.com.br ou telefone (41) 3320-3502.
Maria Falce de Macedo nasceu no dia 15 de janeiro de 1897 em Curitiba. Em 1914, na primeira turma, se matriculou na UFPR (Universidade Federal do Paraná) em Medicina. Em meio a tantos homens, no final do curso, em 1919, se tornou a primeira médica do Paraná. Na Biblioteca Central da UFPR, um espaço de memória, é possível encontrar um manuscrito de Victor Ferreira do Amaral, fundador da UFPR, em que escrevia de cada estudante da época.
Com letras de caligrafia, escreveu sobre Maria Falce: “tendo sido aprovada com distinção, celebra o grau de Doutor em Medicina, sendo-lhe expedido o competente diploma”. Foi pesquisando sobre essas e outras informações que o projeto de pesquisa de Divulgação Científica em Museus, o projeto de extensão Meninas e Mulheres na Ciência, da UFPR, e os profissionais do Museu da História da Medicina do Paraná conseguiram traçar o histórico dela. E assim, criaram a exposição sobre Maria Falce.
Camila Silveira, coordenadora do Meninas e Mulheres na Ciência, considera que a chave da exposição é demonstrar o protagonismo e pioneirismo da médica. A pesquisadora também conta que Maria Falce, além de primeira médica do Paraná, foi a primeira professora catedrática do Brasil, categoria mais elevada da carreira docente universitária. E para isso, aplicou grande esforço na vida profissional e acadêmica. “Durante todo o período de formação no curso de Medicina teve um bom desempenho. Na trajetória dela, tem sempre um interesse em se especializar. O que estava acontecendo de inovador na ciência, ela iria em busca”, relata.

Maria Falce foi uma mulher pioneira e protagonista e que, através da luta e de auxílio para outras mulheres, abriu caminhos para pessoas do mesmo gênero. “Coragem de estudar, de ocupar um espaço de predomínio masculino. Foi um grande feito que fez com que ocupasse tantos outros espaços de relevância. Mesmo as pessoas dizendo que esse não era um local para as moças”, explica Camila Silveira, que também é professora e pesquisadora do Departamento de Química da UFPR. Ela conta como Maria Falce sentia os julgamentos da sociedade, como o choque que uma moça entrando em contato com os corpos nus causava e as proibições de amizades com outras garotas por ela estudar.
Para a coordenadora, a médica se destacou não apenas nas análises clínicas e na pesquisa, mas também na bondade e no auxílio às pessoas. “A gente tem um indicativo de que ela [Maria Falce] cria esse laboratório de análises clínicas [hoje Frischmann Aisengart] para que pudesse atender as pessoas, mas também que as alunas pudessem estagiar lá. Ela fala que se fosse clinicar não teria pacientes, porque as pessoas não se atendiam com mulheres”, relata. Diogo Falce de Macedo, bisneto de Maria Falce, concorda com a questão da bondade: “faziam o processo laboratorial. A pessoa não tinha dinheiro, não cobravam e ainda davam dinheiro para pagar o remédio”.
SERVIÇO
- Exposição Maria Falce de Macedo
- Quando? De 18 de outubro de 2022 a 23 de maio de 2023
- Onde? No Museu da História da Medicina do Paraná, localizado na Santa Casa de Curitiba (Praça Rui Barbosa, 694 – Centro, Curitiba)
- Horário? Segunda a sábado, das 9h às 18h30
- Como agendar? A visitação é guiada e gratuita e precisa ser agendada pelo site, e-mail museu@santacasacuritiba.com.br ou telefone (41) 3320-3502