Sumi Costa* – Com a chegada da primavera, tudo fica mais leve — o sol entra com mais vontade, as cores se espalham e a casa parece até respirar melhor. Que tal aproveitar essa vibe para deixar os ambientes mais vivos e sustentáveis? Incluir plantas nativas brasileiras na decoração é uma forma linda e consciente de celebrar a estação. Além de cheias de charme, elas ajudam a manter a biodiversidade, atraem polinizadores como abelhas e borboletas e ainda deixam o ar mais fresco. É o tipo de toque que transforma qualquer cantinho em um refúgio de serenidade e alegria.
O arquiteto Fabio Lima, da GT Building, separou quatro espécies perfeitas para essa época do ano — todas com aquele jeitinho brasileiro e fáceis de cuidar:
- Manacá-da-serra: árvore que muda de cor (do branco ao lilás e depois ao roxo!) e ama receber borboletas. Ideal para varandas ou entradas com espaço.
- Ipê-amarelo: nosso símbolo nacional de renovação. A versão anã vai super bem em vasos, principalmente em locais ensolarados.
- Begônia-cerosa: delicada, resistente e com flores em tons vibrantes de rosa, vermelho e branco. Vai bem em floreiras, nichos ou bancadas, trazendo cor e leveza.
Mais do que decorar, apostar em plantas nativas é um jeito de valorizar o bioma brasileiro e contribuir para o equilíbrio ambiental — um paisagismo que não é só bonito, mas cheio de propósito.
Primavera em cena: a natureza em seu melhor espetáculo na Mostra Black Home Sul

A primavera chegou com toda sua exuberância, e em Curitiba ela floresce em grande estilo na Mostra Black Home Sul 2025. Até o dia 25 de novembro, duas charmosas casas no bairro Batel se transformam em um verdadeiro oásis criativo, onde a natureza assume o papel principal. Entre os destaques, dois projetos se unem em sintonia com a estação das flores: o espaço tropical da arquiteta July Dallagrana e o Jardim das Boas Energias, assinado pela paisagista Claudia Canales. Ambos celebram o poder do verde e o impacto positivo que ele exerce sobre corpo, mente e alma.
No ambiente de July, um refúgio de 125m² convida à pausa e à presença. Inspirado na paisagem tropical, o espaço é uma imersão sensorial em meio a texturas, luz suave e uma vegetação tão exuberante que se torna protagonista — “a luminária da vez”, como brinca a arquiteta. Tons de verde e off-white dominam a cena, transmitindo frescor e serenidade. O projeto é também um manifesto pela sustentabilidade: parte das plantas originais foi preservada e integrada ao novo paisagismo, mostrando que beleza e consciência ambiental podem caminhar lado a lado.

Já o projeto de Claudia Canales transporta o visitante para outro tipo de encanto. Com 900m², o Jardim das Boas Energias é uma ode à conexão espiritual e ao bem-estar. Inspirado em uma viagem ao Japão, o espaço mistura influências zen e orientais em um percurso cheio de poesia natural. Há áreas para meditação, bate-papo entre amigos e até brincadeiras que despertam a criança interior. A vegetação farta, combinada a madeiras, tons terrosos e luz suave, cria uma atmosfera que acolhe e revigora — um verdadeiro convite para respirar fundo e deixar o tempo passar devagar.
Entre flores, aromas e texturas, a Mostra Black Home Sul faz da primavera um lembrete sensorial: viver em harmonia com a natureza é, acima de tudo, um ato de equilíbrio e beleza. E quando o design se une ao verde, o resultado é um espetáculo à parte — uma estação que não apenas floresce, mas inspira.
Entre Deuses e Pixels: o Renascimento Contemporâneo de Felipe Scandelari
Felipe Scandelari é daqueles artistas que transitam entre o clássico e o contemporâneo com naturalidade. Nascido em Curitiba, em 1981, e representado pela Sève Art Galeria, o pintor domina a técnica do óleo sobre tela, mas suas obras vão muito além da tradição. Em sua série “Renascimento”, ele revisita os grandes mestres, recriando cenas icônicas com rostos familiares — da esposa aos amigos — e até personagens pinçados da internet, misturando tempos e histórias.

De acordo com a crítica de arte Maria José Justino, Scandelari “manipula mitos com liberdade e humor”. Em suas telas, Vênus pode virar um deus, anjos e demônios dividem a mesma paisagem, e figuras de diferentes obras parecem se encontrar num mesmo universo visual. O resultado é um jogo entre o sagrado e o cotidiano, que instiga o público a criar suas próprias leituras — “como nas antigas narrativas”, completa Justino.
Entre pincéis largos e traços minuciosos, o artista equilibra gesto e precisão. Curiosamente, Scandelari é daltônico, o que torna seu olhar sobre as cores ainda mais singular — rosas que parecem brancos, verdes que viram marrons. Tudo se mistura em camadas, lixas e nuances que revelam um “renascimento” muito próprio: o de um olhar contemporâneo que desafia o óbvio e reinventa o clássico.
Água que se reaproveita: como a construção civil entra na onda da sustentabilidade
A crise hídrica que o Brasil enfrenta tem feito o setor da construção civil olhar com mais carinho para cada gota d’água. Do reaproveitamento da chuva ao uso de águas cinzas — aquelas que saem do chuveiro e da pia —, surgem soluções que reduzem o desperdício e aumentam a eficiência nos condomínios. Curitiba, por exemplo, mesmo sendo referência em sustentabilidade, ainda engatinha no reúso: apenas três empreendimentos residenciais adotam o sistema, dois deles da AGL Incorporadora, pioneira na tecnologia. E o resultado impressiona: só no residencial New Urban, o consumo de água potável caiu mais de 19% graças ao sistema que trata e reaproveita parte da água usada pelos moradores.
Mas a economia não vem sozinha — exige planejamento desde o projeto e uma boa dose de conscientização. A AGL, por exemplo, orienta os moradores sobre o uso correto dos sistemas e cuidados simples, como evitar despejar solventes nos ralos. Além disso, a combinação de reúso de águas cinzas, captação de chuva e metais inteligentes pode reduzir em até 60% o consumo. Para o diretor da incorporadora, Luiz Antoniutti, a conta é clara: sustentabilidade é mais que tendência — é um compromisso que precisa ser compartilhado entre construtoras e moradores. Afinal, cuidar da água é garantir o futuro, e isso começa em casa (ou melhor, no condomínio).
Pautas e contatos colunaentreespacos@gmail.com
*Formada em Relações Públicas e Jornalismo pela UFPR, Sumi Costa atua em Assessoria de Imprensa desde 1997. Com trajetória consolidada na comunicação institucional e produção de conteúdo, assina esta coluna voltada a projetos criativos, novos produtos, tendências do morar e os bastidores do setor imobiliário.