REPERCUTINDO: POUCAS & BOAS

O advogado Giovani Gionédis, sabidamente o “condutor” do gabinete do prefeito Greca (às vezes, acolitado pela Aranha Marrom), tem inúmeros defensores de sua presença forte ao lado do alcaide. Amigos da coluna, também  amigos de Giovani, telefonam   para dizer que está tudo bem com a saúde do GG. “Passou a borrasca que nos assustou”, diz um deles.  E diz mais: “Seu espaço frequentemente aponta GG como alguém que não seria uma boa influência na Prefeitura de Curitiba. Mas acontece justamente o contrário,  Giovani é a voz sensata que impede que muitas ações do prefeito sejam tomadas por orientação do entourage prefeitural, geralmente constituído de neófitos…”

Giovani, de notório  temperamento  à  “italianão estourado”, seria, na voz desses amigos comuns, “o bom senso ao lado de Greca”.  Sua ausência  chegou a assustar muito o atual alcaide. Foi nos dias de janeiro, quando muito se falou que GG ficaria recolhido, em casa, por conta de tratamento de saúde. A primeira coisa que se imaginou foi Covid-19. Não foi o coronavírus. Agora,  o susto passou e Greca, aliviado, sabe que
ficar “longe de Giovani não é bom negócio”, como crava um vereador, observando:
– Como Giovani ainda está recolhido em casa, o Greca tinha mesmo  de  exercitar suas más performances solo. Uma das maiores cacas foi a nomeação do Alexander Baer, o “mago” que, como  “animador de platéias”,  foi nomeado para motivar o funcionalismo. Ganhou cargo na Secretaria de
Administração, R$ 11 mil por mês. Isso mantendo, é o que se sabe, participações empresariais como “motivador”.

Baer  promete em sua pregação (vide Facebook),  felicidade espiritual e financeira para seus aplicados  seguidores do serviço público municipal. Na verdade, a relação de benefícios que o motivador se propõe a entregar é muito maior.
Cautelosa, dona Matilde da Luz, depois de ouvir as explicações que lhe passei sobre Giovani e Alexandre Baer, saiu-se com essa:

    – A explicação sobre o GG fica anotada. Quanto a Baer, por que temos de assumir que, “se é Bayer, é bom”? Só mesmo o universo fantasioso do prefeito pode conceber essas magias, claras competições com teologias de prosperidade…

CAPUTO COBRA VACINA

Michele Caputo, ex-secretário de Estado da Saúde, coordenador da Frente Parlamentar do Coronavírus, tem autoridade sobrando para incomodar as autoridades de Curitiba, do Estado e do país.  Na terça-feira, 16, em
nota distribuída à imprensa, Caputo reclamou “maior responsabilidade” dos que gerem a coisa pública. Não usou de meias palavras: disse que todos, nos 3 níveis – estão falhando por falta de planejamento e por não
ouvirem e acatarem as orientações de técnicos que há muito atuam na área da saúde pública.

        Em tom mais enérgico e incisivo impossível,  Caputo pede vacina, em abundância, para o país, no momento em que se vive com milhões de infectados pelo Coronavírus e milhares de mortos.

NEGACIONISTAS FRANCESES

A Ultraconservadora Fraternidade São Pio X, fundada por Marcel Lefvèbre, em sua carta semanal  critica (como é de sua norma geral) o papa Francisco. Desta vez porque o pontífice só admite jornalistas no
avião que o levará ao Iraque se todos estiverem vacinados.  Mesmo no Vaticano os jornalistas poderão ser imunizados.

        Esclarece-se: a linha ultra-conservadora católica francesa é frontalmente contra a vacina anti-Covid. Na mesma edição, a Fraternidade informa que centenas de pessoas, em França, teriam sofrido “efeitos negativos”, depois de vacinadas com a Oxford.

Bons observadores do universo político “segredam” à Coluna algumas de suas apostas sobre como estaria sendo montado o xadrez da eleição de 2022 no Paraná. Uma delas,  de futurólogos e pitonisas de plantão,
insiste que o deputado Luiz Cláudio Romanelli quer mesmo concorrer ao governo.
Se não  possível concorrer ao  Governo, – pois Ratinho Júnior é poule de dez -, “Romanelli aceita correr pelo Senado ou, quem sabe, barganhar tudo pela futura presidência da ALEP”, observa uma voz feminina  do mundo jornalístico.

Nesse xadrez em que muitas pedras são compulsivamente trocadas, alguns nomes das chamadas oposições estão também na linha de frente das cogitações.  Um bom exemplo é Gustavo Fruet, que pedetistas e muitos amigos do deputado gostariam de ver concorrendo à única vaga do Senado. Os mais
exagerados, chegam a ir mais longe: acham que o idoso Roberto Requião de Mello e Silva poderá tentar uma última carta em direção àquela casa. Verdade.

Como o lance, a esta altura de 2021, é totalmente livre, o nome do ex-prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, é outro que estaria “muito cotado” para o Senado. Essa expressão também é usada para indicar intenções do deputado Ricardo Barros, uma das cabeças do Congresso, nas avaliações gerais. O atual líder de Bolsonaro na Câmara teria a intenção de “pelo menos não contar com o veto de Ratinho Júnior ao seu nome”, assinala uma fonte do PP.
(legendas) Marcelo Rangel, Gustavo Fruet, Roberto Requião

Há mais ou menos 20 anos, quando Ratinho Júnior aprontava-se para ser lançado na vida pública, seu pai, o apresentador Ratinho, confiou  a  , o papel de preceptoria política do seu rebento. Todos os 3  ainda estavam fortemente ligados à pequena cidade do Norte do Paraná, berço dos Massa e Ortega.

Dono de enorme intuição e capacidade pedagógica, Ortega foi uma espécie de segundo pai do atual governador. O trabalho discreto, continuado, catequético, deu bons resultados. Beto Richa encantou-se com o moço que, por 8  anos, dirigiria a mais importante secretaria de estado do Paraná, a de Desenvolvimento Urbano. Secretaria  que hoje Ortega  comanda, tendo sob seu poder organismos de enorme importância, como a OS Paraná Cidade, “um poderoso banco, tal os recursos $ que detém”, confessa-me uma fonte
da finanças estaduais.

Se não são amigos próximos, Guto e Ortega convivem bem dentro do governo. No entanto, não conseguem esconder que há fatores meio subliminares que os separam. O maior deles, curiosamente, é Ratinho
Júnior, a quem os dois votam amizade enorme e, no caso de Ortega, uma devoção quase paternal. O certo é dizer que há entre o poderoso chefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva – um ser educado,  habilidoso – e
Ortega um distanciamento regulamentar.  Até porque mesmo  as calçadas do Palácio Iguaçu  dizem que Ortega, no fundo, quereria estar na Casa Civil…

Para consumo de hoje, as pitonisas apostam: o grande alvo de Ortega será concorrer a deputado estadual em 2022. E o objetivo  que Guto estaria acalentando encontra-se ali, ao lado do Palácio  Iguaçu – o Tribunal de Contas do Estado.
Pela faixa etária comum – os dois no começo dos 40 anos de idade -, acredita-se que Guto e Ratinho Jr. andarão muito próximos, sempre;  Ortega,  meio ascético, é a figura paterna sempre presente.  Façam
apostas.

Continuo impressionado com a riqueza de detalhes do livro (630 páginas, Companhia das Letras), que a jornalista Malu Gaspar escreveu – A Organização. As fontes fluem abundantes sobre o maior escândalo nacional perpetrado em âmbito local e mundial pela Odebrechet. Para se ter ideia do tamanho de sua capacidade de corrupção, só em 2010, a empresa de Marcelo e Emílio  distribuiu US$ 260 milhões em propinas para o  PT, PMDB, PP, Republicanos e todas as siglas e latitudes que se possa imaginar.

A ORGANIZAÇÃO ODEBRECHT (II)

Cuba, Peru, Venezuela, Angola, Equador tiveram seus hierarcas públicos também regiamente contemplados com propinas.

        Tão importante é o trabalho da jornalista (isso diferencia a ação de um jornalista do realizado por mero influencer de redes sociais) que a rede Globo acaba de contratar Malu Gaspar para seus quadros. Em sigilo, ainda, a remuneração.