sábado, 5 julho, 2025
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POR QUE PRESBITERIANOS TÊM DOIS MINISTROS DE BOLSONARO?

Igreja Presbiteriana do Brasil é considerada pequena, se comparada com as megaigrejas como as Assembleias de Deus. Tem não mais que 1,5 milhão de membros. No entanto, reúne o “crème” de uma elite cultural, adjetivo que o pastor Juarez Marcondes refuta

Ministros André Mendonça, da Justiça, e Milton Ribeiro, do MEC

A resposta até poderia soar diplomática, mas conhecendo o reverendo Juarez Marcondes e sua objetividade, entendo que o pastor principal da Igreja Presbiteriana de Curitiba Central/Comendador, está apenas confirmando o que acredita:

– Você me pergunta o porquê de a Igreja Presbiteriana do Brasil ter dois ministros do presidente Jair Bolsonaro. Eu respondo que a IPB não tem ministros em governo da União e quadros atuando em governos estaduais e municipais. O que há são presbiterianos do Brasil, leigos ou pastores, que se colocam a serviço da comunidade com seus talentos. Isso é parte do ethos presbiteriano, marca da Reforma calvinista…

Juarez Marcondes é um dos líderes religiosos mais influentes de Curitiba e ocupa, no âmbito nacional, posição relevante no mundo evangélico: faz parte da direção geral da Igreja Presbiteriana do Brasil e do Conselho Curador da Universidade Mackenzie, mantida pela Mackenzie Educacional, universidade centenária de São Paulo, com braços educacionais em diversos estados e Brasília.

Ao grupo  Mackenzie pertencem, por exemplo, em Curitiba, a Faculdade Evangélica de Medicina e o Hospital Evangélico,  este em franca recuperação depois de ter, por 23 anos, ficado sob o controle da extinta Associação Evangélica Beneficente que, por sua vez, fora feita nos últimos anos refém de um grupo político.

Reverendo Juarez Marcondes

POUCOS MAS COM VISIBILIDADE

A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) é o mais antigos dos grupos presbiterianos que atuam no país. Fortaleceu-se a partir de meados do século 19, com a conversão à fé calvinista de alguns católicos de grande expressão no clero romano.

Além da IPB, há pelo menos dois outros expressivos ramos presbiterianos: a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, fundada a partir de cisão da IPB pelo gramático Eduardo Carlos Pereira no início do século 20; e a Presbiteriana Conservadora.

Estatisticamente e por sua inserção na sociedade, a IPB é o mais expressivo dos ramos presbiterianos no país. Filia-se a uma das linhas conservadoras do presbiterianismo com matriz (modelo) nos Estados Unidos. No geral, a igreja é conservadora em costumes (mas menos que algumas pentecostais como Assembleias de Deus e  Congregação Cristã do Brasil). Conservadora também em política.

Igreja Presbiteriana da Rua Comendador Araújo, em Curitiba

“SÃO QUADROS VALIOSOS”

Reverendo Juarez Marcondes, finalizando suas respostas à Coluna/Blog sobre o tema, foi direto:

– Os ministro André Mendonça (Justiça) e Milton Ribeiro (MEC) não estão em ministérios do país por pertencerem a uma suposta “elite cultural religiosa”, a presbiteriana. Eles foram escolhidos pelo presidente da República pelo perfil que têm. O ministro Mendonça, por exemplo, é funcionário federal de carreira, concursado, e ocupava o ministério da Advocacia Geral da União (AGU). O ministro da Educação, Milton Ribeiro, é um educador de competência reconhecida.

Os dois são pastores da IPB, em Brasília (Mendonça) e Santos (Milton). Reverendo Marcondes arremata  sua argumentação enfatizando: “A Igreja Presbiteriana do Brasil não tem cargos no Governo. Ela oferece quadros à sociedade, homens e mulheres formados cultural  e moralmente pela ótica presbiteriana.”

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