
Uma boa amostra do mundo acadêmico local compareceu à homenagem que a UniBrasil prestou no final de maio a dois dos mais significativos paranaenses dos dias atuais: Belmiro Valverde Jobim Castor e Carlos Antunes do Santos. A sessão memorial foi marcada por reminiscências pontuadas por bom humor e momentos de saudades em torno dos dois educadores. Os reitores Waldemiro Gresmki, da PUCPR, Zake Akel, da UFPR, e Clemerson Clève, da UniBrasil, compuseram a mesa dos trabalhos. Também o diretor Administrativo daquele Centro Universitário anfitrião, Sergio Lima, sentou à mesa dos trabalhos.
Carlos Antunes dos Santos foi saudado com toda a verve de um dos melhores cronistas da vida Curitiba, o escritor, advogado e jornalista Ernani Buchmann, companheiro dele e de Belmiro na ‘imortalidade’ da Academia Paranaense de Letras (APL).

Educador atento
Ernani mostrou todos os laços que o ligavam a Carlos Antunes, que teve seu papel acadêmico ressaltado especialmente pela forma como conduziu a Reitoria da Universidade Federal do Paraná – ‘educador atento e um cavalheiro no trato do próximo’ -, e pelas pesquisas que, na qualidade de Historiador, desenvolveu em torno de realidades paranaenses.
Alguns desses estudos resultando em livros.
Tinha um olhar aguçadíssimo em direção às raízes paranaenses, embora gaúcho de nascimento. Assim, foi com o interesse por etnias e suas relações com a culinária, no Paraná, alvos de Carlos Antunes – recordou Buchmann. Na verdade, o historiador, fazia grandes mergulhos antropológicos que ajudam-nos a nos entendermos como sociedade, ressaltou o orador.
E nesse capítulo da Educação, disse: “Antunes acabou refletindo seu conhecimento em âmbito nacional, como acatado diretor do MEC”.
Homem de várias turmas
Ernani fez ligações com o passado libertário de Carlos Antunes dos Santos e de Maria José Justino, a historiadora e crítica de Artes Plásticas que acabou sucedendo o ex-reitor desaparecido na Academia Paranaense de Letras.
Nesse ponto, Ernani provocou grande empatia com o auditório, ao lembrar o multifacetado Carlos Antunes, “um homem de muitas turmas, e com as quais se reunia frequentemente”.
E, com agudo senso de humor, registrou: “Não confie em homem de uma só turma… Carlos Antunes tinha várias, desde os tempos em que presidiu a Associação dos Professores da UFP, de onde firmou sua grande liderança entre o magistério.”
E exemplificou Buchmann: “Assim, havia a noite de jantar com a Turma da UFPR, professores da ativa e licenciados; havia os jantares com os acadêmicos da Academia Paranaense de Letras; não faltava aos jantares-encontro com seus amigos atleticanos…”
A viúva de Carlos Antunes, Roseli Maria Rocha dos Santos, e um irmão dele, Airton Antunes dos Santos, ambos professores aposentados da UFPR, falaram do homem que tanto conheceram.
(Amanhã, seguirão momentos da homenagem a Belmiro Castor na UniBrasil)