quarta-feira, 19 fevereiro, 2025
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Peça leva arte e cultura para pequenas cidades do Paraná

Assessoria – Entre 17 e 27 de fevereiro, ginásios de esportes e o Centro Ambiental de seis cidades do Noroeste do Paraná abrigarão apresentações gratuitas da peça A Princesa Cansada e o Animal Bocejante. Assistida por mais de 23 mil pessoas, ao longo de uma década, a peça faz agora esta temporada especial para crianças que residem em municípios que não possuem a estrutura predial de um teatro – e com população entre 2 mil e 23 mil habitantes.

São Pedro do Paraná, Porto Rico, Santa Izabel de Ivaí, Loanda, Planaltina do Paraná, Loanda e Amaporã estão na agenda. A abertura do projeto será com um ensaio aberto em espaço público no bairro Guarituba, em Piraquara, região localizada na metropolitana da capital.

Inspirado no conto Éros e a Psiqué de Fernando Pessoa, a dramaturgia foi escrita pelo guarapuavense Neumar Michaliszyn e propõe o lúdico em um universo de solidão, no qual uma Princesa nada comum vai brincar em uma floresta abandonada. Lá ela se encontra com um Animal, ambos se identificam e surge uma grande amizade que surpreende o público.

Além das apresentações, a proposta desta circulação prevê a mediação teatral, ou seja, o público será recebido com atividades pedagógicas no intuito de aproximar e sensibilizar do universo da obra artística. Depois do espetáculo, a plateia é conduzida para atividades que promovem reflexões sobre a proposta teatral.

A princesa cansada, com a atriz Carol Scabora. Foto: Divulgação

“A própria obra é direcionada para promover o protagonismo do público, que participa ativamente, vivenciando, de fato, o espetáculo. Escolhi aquela região porque não tem teatro lá”, diz Carol Scabora, atriz e produtora. Em parceria com os atores e diretores Ike Rocha e Rosane Freire, ela vem trabalhando ao longo de 10 anos no desenvolvimento desta obra, período em que o trio foi encontrando formas de lidar com a interatividade inerente ao trabalho. A experiência acabou se transformando numa pesquisa sobre mediação que agora é aplicada com as crianças.

“Na primeira vez dei o texto num passadão só, pra ninguém me interromper e eu não esquecer uma palavra”, lembra a atriz. “Agora, depois de mais de 100 apresentações, jogo muito com as crianças. Tem momentos, por exemplo, em que falam muito, todos juntos; e você deixa, porque não vai competir com elas”, conta, acrescentando sobre um mecanismo criado para estas situações. “Começo um diálogo em que explico que elas podem falar durante a apresentação do teatro, mas se todo mundo ficar falando ao mesmo tempo eu fico tão nervosa, tão nervosa que eu travo. E aí eu mostro esse travamento corporal. Quando isso acontece durante o espetáculo eles mesmos vão detectando e pedindo silêncio um pro outro. Virou uma grande brincadeira da peça”, completa, observando que “o medo e a coragem são fios condutores emocionais de todo o espetáculo. Afinal, a princesa está numa floresta, brincando sozinha porque não tem amigos”.

Ao longo de toda a trajetória, o grupo foi acrescentando, também, a linguagem do teatro de animação. Começou com a máscara do Animal Bocejante, depois vieram as Princesinhas. Agora vieram os Bonecos, que saem da capa da Princesa, e um painel que transporta o espectador para outro espaço cênico. A ideia é tornar o conto o mais lúdico possível e próximo do universo infantil. “Os bonecos imaginários fazem parte do cotidiano de uma criança que brinca sozinha e a Princesa é essa criança”, explica Carol.

E cena junto com Carol está Ike Rocha, que faz o animal e também é fluente em LIBRAS, o que torna a comunicação ainda mais especial. “Quando termina o espetáculo e os personagens vão conversar com o público, as crianças vão à loucura por interagir através de gestos e sons com o animal”, conta Carol. “Quando há público que se comunica através de LIBRAS, o ator cria um diálogo direto com essa pessoa e isso causa uma aproximação incomensurável entre o Animal e o público”.

A produtora comenta também que o projeto tem a intenção de promover sessões com acessibilidade em Libras e audiodescrição. Porém, na região atendida não foi manifestada a necessidade de tais acessibilidades pelo poder público municipal, que é um parceiro imprescindível neste projeto.

“PROJETO APROVADO PELA SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA – GOVERNO DO PARANÁ, COM RECURSOS DA LEI PAULO GUSTAVO, MINISTÉRIO DA CULTURA – GOVERNO FEDERAL”.

Serviço:
Temporada gratuita para crianças de escolas públicas do Paraná (Manhã e Tarde)
13/2 – Piraquara – Guarituba
17/02 – São Pedro do Paraná – Ginásio do Clube
19/02 -Porto Rico – Centro de Educação Ambiental
21/02 – Loanda – Ginásio de Esportes
24/02 Santa Isabel – Ginásio de Esportes Manoel Valadão
26/02 – Planaltina do Paraná – Quadra da Escola Municipal Frei Enedino Caetano
27/02 – Planaltina do Paraná – Quadra da Escola Municipal Frei Enedino Caetano – recebem alunos de Amaporã, também.

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