
No perfil do ex-prefeito de Curitiba Ângelo Lopes, que preparei para a edição 7 do meu livro Vozes do Paraná, cito as relações de Paulo Brossard de Souza Pinto, que morreu no sábado, em Porto Alegre, com Lopes. Eram amigos. E, por pelo menos duas vezes, segundo me contou o filho dele, o engenheiro Luiz Eduardo Veiga Lopes, o ex-ministro do STF, jurista acatado, esteve em visita a Ângelo Lopes, na fazenda da família, em Palmeira.
Aquelas terras tinham um valor sentimental para o jurista Paulo Brossard: haviam pertencido a seu pai, que as vendera a Ângelo, daí tendo surgido o relacionamento entre os dois clãs.
COLEÇÃO DE CHAPÉUS

Um cavalheiro, fino no trajar, escorreito no falar e com diferenciado olhar crítico sobre a literatura brasileira, essas eram algumas das muitas qualidades de Paulo Brossard, o lendário jurisconsulto.
Quem com ele conviveu sabe que o gaúcho era admirador incondicional da obra de Machado de Assis, sobre a qual poderia falar, quase sem limites, se provocado.
Os ternos bem cortados, o indispensável colete, esses também eram marcas do chamado “Advogado da Democracia”.
Foram, no entanto, os chapéus – inúmeros, diversos estilos, cores e formatos – que mais identificaram esse “gentleman”, um gaúcho de fino trato, nada a ver com aquele, mais “típico”, dono de linguajar solto, característica de tantos homens da Campanha sulista.