Assessoria – O Paraná vive a pior epidemia de dengue dos últimos 20 anos. Dados da Secretaria de Saúde do Estado mostram que já são 260.517 casos confirmados de dengue e 171 mortes pela doença no período epidemiológico, que teve início em 30 de julho de 2023 e segue até julho de 2024. O estado é terceiro com maior incidência da doença no país. E o primeiro em números absolutos segundo o Ministério da Saúde.
De acordo o Boletim InfoGripe da Fiocruz, internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) também cresceram junto com aumento de casos de influenza A e B, e do vírus sincicial respiratório. Em 19 capitais, incluindo Curitiba, houve aumento também de casos de COVID-19 nas últimas seis semanas.
Especialistas preveem continuidade de aumento de atendimentos por Dengue e por síndromes respiratórias nas próximas semanas, com possível sobrecarga dos sistemas de atendimento e sobreposição de atendimentos na rede ambulatorial. Para o infectologista e médico cooperado da Unimed Curitiba, Moacir Pires Ramos, o cenário atual é preocupante devido ao aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), COVID-19, Influenza e Dengue em Curitiba e em todo o estado.
“Estamos começando agora o nosso período de maior ocorrência das doenças respiratórias virais e, particularmente, entre as crianças pequenas isso está aumentando gradativamente aqui no estado. E há uma perspectiva de aumentar bastante. A Secretaria de Saúde tem comentado que aumentou em quase 60% a procura por unidades de saúde em Curitiba por casos de síndrome respiratória”, diz o médico.
O momento é de alerta, já que o sistema pode ficar sobrecarregado com o acúmulo de novos casos de vírus respiratórios e casos novos e já existentes de dengue.
Apesar de estarmos com temperaturas mais amenas, o médico lembra que a multiplicação do Aedes Aegypti, mosquito causador da dengue, ainda não diminuiu. “O inseto vive cerca de 40 dias, então mesmo fazendo dias mais frios agora, ele ainda está vivo e se reproduzindo”, alerta.
Cuidado e prevenção
Higiene das mãos e a chamada higiene da tosse (tossir num lenço, ou na manga da camisa) seguem sendo fundamentais para controlar a disseminação dos vírus respiratórios. No caso da dengue, eliminar os focos do mosquito e usar repelente são as medidas mais indicadas para conter o avanço da doença.
Para todas as situações, entretanto, o infectologista reforça a importância de manter o calendário vacinal em dia. Afinal, a vacina é a melhor e mais eficaz forma de prevenir a maior parte das doenças, principalmente para crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, que são mais suscetíveis a complicações graves.
“No caso da COVID-19, depois de quatro ou seis meses da última dose o nível de anticorpos começa a cair. Então, já pode tomar uma nova dose. Assim como acontece com a influenza, que a gente toma uma dose todo ano para corrigir novas variações da doença”, defende.
Hidratação e boa alimentação ajudam a manter bons índices de imunidade. A automedicação é contraindicada e em todos os casos, especialmente em quadros de dengue. Já que o uso de remédios como anti-inflamatórios pode levar a sangramentos. A indicação nesses casos é procurar auxílio médico.