
É muito estranho, mas existem denominações religiosas, em plena Curitiba e sua Região Metropolitana, neste século 21, que se mostram ultramontanas na maneira de encarar profissões e profissionais universitários, por exemplo.
Um caso específico me narra a advogada FK, devidamente registrada na
OAB-PR, frequentadora, até recentemente – e membro – de uma Igreja cujo nome é de uma ave (isso mesmo), em Jardim Paulista, Campina Grande do Sul.
Pois a jovem, 28 anos, logo que formada, no final de setembro, e tendo passado no exame da OAB, foi – feliz da vida – foi comunicar o fato a um dos pastores daquela igreja evangélica. E, bem ao contrário do que esperava, o que ela ouviu foram palavras de desaprovação e condenação:
– Advocacia é profissão demoníaca. Se quiser advogar, você tem de deixar de frequentar nossa Igreja, decretou seu ex-mentor espiritual.
Esse foi o veredictum do chamado “ministro do Senhor” dessa denominação que passou a existir a partir de 2000, e é dirigido pelo casal fundador, que se autointitula apóstolo e apóstola.
O casal é originário da Igreja do Evangelho Quadrangular.
A coluna tentou ouvir a igreja, deixou recados, enviou e-mail; não obteve resposta sobre a questão do exercício profissional que seria vedado pela Igreja.
Tentou também ouvir o responsável pelo setor de Liberdade Religiosa da OAB-PR. O telefone dele estava desligado, ontem.