
Investir em educação e no conhecimento é a esperança para transformar a sociedade
Por Leonardo Petrelli, empresário, presidente do Grupo RIC. Publicado na Revista Topview
Há mais de 20 anos, acompanho a transformação da educação no Brasil e no mundo. Iniciei minha aproximação com essa área a partir da implantação do que era a primeira empresa de educação a distância para o mercado corporativo, no ano de 2000. Desde então, vi transformações muito profundas no sistema educacional e no sistema de treinamento e de capacitação – seja a distância ou presencial.
A DTCOM formou-se para ser uma empresa, já naquele momento, com uma visão do que hoje se fala de forma muito presente, do long life learning, ou seja, uma empresa que promovia a capacitação contínua para o mercado corporativo por meio de canais de treinamento. E, para isso, usava tecnologia de satélite e internet combinada.
Desde então, tenho acompanhado as mudanças constantes no ambiente corporativo e, principalmente, no mercado educacional de ensino superior, com a implantação de um sistema de satélite para pólos educacionais transformarem grande parte das instituições de ensino superior em educação a distância.
Vi, ainda, como a internet veio para consolidar esse conceito e para mudar a jornada do aluno. A tecnologia aproximou as grandes universidades dos provedores de conteúdo e o conhecimento passou a ser mais acessível. As implantações tecnológicas democratizaram o acesso à educação, principalmente àqueles que não têm condições financeiras para se capacitar com o que há de melhor no mundo.
O long life learning, ou seja, a capacitação contínua, surgiu para transformar a sociedade e a nova geração, que vai poder se desenvolver por meio de suas competências específicas e transformar realmente o seu currículo em algo customizado. Em um movimento que já ocorre, não será mais essencial ter um diploma de universidades tradicionais para ingressar no mercado de trabalho – o que impacta diretamente no desenvolvimento humano e econômico.
Diante desse cenário, vejo a importância, cada vez maior, de fornecer esses subsídios educacionais para a formação do pequeno cidadão e, nesse sentido, o envolvimento da área pública é primordial.
A INTERNET VEIO PARA CONSOLIDAR
esse conceito e para mudar a jornada
do aluno. A tecnologia aproximou as
grandes universidades dos provedores
de conteúdo e o conhecimento passou
a ser mais acessível.”
No Paraná, acompanho o movimento do secretário de educação, Renato Feder, com muito otimismo, pois é um visionário que traz para a área pública – na qual normalmente os cidadãos têm pouco acesso – formas, maneiras e competências que vão preparar uma geração futura, de forma muito mais qualificada. Isso faz com que seu exemplo possa ser aplicado para todo o país.
Dentre várias ações implantadas na escola pública do nosso estado, destaco a ousadia de implementar nas escolas a educação financeira para os adolescentes paranaenses. Essa competência específica é, para mim, o início de uma transformação da mente do pequeno cidadão, para dar importância ao manuseio do capital.
Isso é fundamental para que o indivíduo possa ter sua própria liberdade e, por consequência, com seu próprio conhecimento, seja capaz de empreender, de buscar sua independência financeira e, também, ter noção clara de como o mercado de capitais funciona.
O conhecimento traz dignidade, cidadania e independência. Faz com que o cidadão possa levar para dentro de casa – muitas vezes em ambientes muito pobres – a noção do limite e de saber que, uma vez tendo o controle de seu orçamento e capital, passa a ter domínio da própria vida e equilíbrio financeiro.
É a partir de toda essa movimentação que temos esperança de um processo ainda mais transformador. Conhecimento aliado à tecnologia são as portas para uma sociedade mais livre e independente.
