Por Antenor Demeterco Jr.
O jornal Folha de São Paulo, em 07 de agosto do corrente ano, trouxe matéria sobre as negociações no Egito entre o Hamas e os Israelenses.
O grupo radical, que controla Gaza, rejeitou a ideia de renovar o cessar fogo de 72 horas.
Moussa Abu Marzouk, um dos líderes do Hamas, noticiou que não há acordo para estender a trégua.
E, em entrevista ao jornal “The New York Times”, disse que Israel não pode obter o desarmamento do Hamas, e que o “braço armado” do grupo seguirá “independente” da ala civil.
Este cidadão integra o “conselho consultivo” que dirige o Hamas, e é conhecido, também, como Abou Oumar, e muitas vezes é apontado como chefe real do movimento (cf. Encyclopédie des Terrorismes, de Jacques Baud, p. 114).
O braço militar responsável pela faixa de Gaza chamado “Izz al-Din al-Kassan” ou “Azzedine al-Kassan”, seria integrado por uns três mil membros (isto por volta de 1999), formados em terrorismo e guerrilha urbana.
Os extremistas trabalham em “pequenas células”, de maneira compartimentada, sendo difícil extrair informações ou penetrá-las.
E, sabidamente, atuam entre a sofrida população palestina, e de lá molestam, dia a dia, os cidadãos israelenses com seus foguetes.
E submetem aquela a represálias de modernas forças militares, de caso pensado.
O Hamas considera a guerra como o único meio de liberar os territórios ocupados, e estabelece um laço direto e a identificação entre o Islã e a tal liberação.
Qualquer compromisso sobre os territórios ocupados é interpretado como uma concessão sobre o próprio Islã (cf. “ibidem” p. 117).
O movimento se opõe a “toda” negociação com Israel e propõe a liberação da Palestina e a criação de um Estado Islâmico (Carta, de 18 de agosto de 1988).
Mantidos os princípios que regem o Hamas, continuarão a serem expedidos os foguetes, e as represálias acentuadas em resposta.
Tudo “ad aeternum”, pois, como quer o chefe Abou Oumar, o “braço armado” do movimento seguirá “independente”.
Todo o mundo sabe para quê.
Quem mais contabiliza cadáveres, lamentavelmente, tem menos interesse em tréguas.