Após contar com a mediação do Papa Francisco para um acordo com Cuba, os Estados Unidos estão novamente buscando conseguir a ajuda do pontífice numa prioridade política e diplomática: as mudanças climáticas.
A reportagem é de Inés San Martín, publicada por Crux, 30-01-2015.
Regina McCarthy, chefe da Agência de Proteção Ambiental americana, esteve no fim de janeiro em Roma para discutir a questão com assessores papais.
Falando à imprensa na sexta-feira, McCarthy disse que esteve no Vaticano para informar ao papa que “o presidente está alinhado com ele nesta questão e que estamos agindo”.
Numa sessão realizada na residência privada da embaixadora americana na Santa Sé, McCarthy disse que o governo concorda com a Igreja em que as mudanças no clima não são simplesmente uma questão ambiental, mas uma ameaça à saúde pública e que as comunidades pobres são as mais vulneráveis aos impactos negativos.
Falando na qualidade de cientista, McCarthy insistiu que as mudanças climáticas são reais e que resultam da intervenção do homem.
“Precisamos lembrar”, disse, “que se trata de proteger os recursos naturais de que os homens dependem. Trata-se também de proteger os mais vulneráveis, algo que a Igreja sempre focou”.
As mudanças climáticas irão primeiramente afetar os pobres e pessoas de baixa renda, disse ela: “É nossa responsabilidade pensar sobre como proteger tais populações e avançarmos”.
A opinião pública sobre o assunto nunca teve uma visão tão positiva quanto neste momento, afirmou, dizendo que as pessoas e empresas compreendem ser imperativo agir.
Segundo McCarthy, as palavras do pontífice sobre as mudanças climáticas estão sendo seguidas, com muito cuidado, nos EUA, motivo pelo qual ela espera que Francisco aborde a questão quando visitar o país em setembro.
“Esperamos que ele nos ajude a pôs este assunto sob a atenção de todos”, disse ela.
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