Marli Turetti Rabelo Andrade (*)
O aspecto ético busca contemplar a diversidade religiosa e cultural, em Ciências da Religião. Procurando ampliar o diálogo sobre os princípios universais com as demais áreas de conhecimento, segundo a moral dos hábitos e costumes, na manifestação religiosa e cultural, que se desvela no ceio da sociedade.
Embora a ética e a moral andem juntas, se diferenciam pelo caráter e pelas ações humanas, que regem a conduta das pessoas. A ideia de justiça, é uma ação conforme a ideia do bem, que pode promover a felicidade do ser humano.
O pressuposto do agir bem, faz parte da essência do ser humano. Logo, o sentido da análise da ética está no movimento das ações e escolhas. Portanto, elaborar críticas sob o aspecto das melhores escolhas para a vida em sociedade carece dos teóricos, que ao longo da história tomam a moral como uma técnica da conduta, para elucidar os eventos ocorridos em diferentes grupos sociais. A ética é uma ciência que investiga as regras e as normas nas diversas modalidades da natureza, da conduta e ações humanas.
Transformando as narrativas, em fatos religiosos e culturais, num diálogo a partir dos aspectos históricos, articulados aos fatores sociais, regionais e globalizados, econômico e cultural, na dimensão política, etnias, gênero e meio ambiente, facilita o estudo dos grupos sociais.
No entanto, os meios de pesquisa e investigação de um determinado fato, para ser elucidado, necessita de investigar a motivação que orienta o comportamento humano e as determinações presentes naquela realidade social. Na política, o foco correspondente se revela nas ações sociais inseridas no contexto social.
Principalmente quando se trata de violência ou intolerância religiosa ou cultural, o estudo do fenômeno religioso, na produção do conhecimento, está sempre articulado com a sociedade. Estudar a diversidade religiosa ou cultural é remontar às fontes do laço social, especialmente quando o laço social em uma sociedade é laicizado.
A religião é realmente a celebração da possibilidade humana de se organizar coletivamente. No Brasil colonial, a miscigenação e o sincretismo religioso são uma realidade histórica, social e política. No acolhimento das religiões europeias, vale a pena lembrar que os direitos políticos e civis, criam a possibilidade de emancipação. O ser humano tem autonomia e capacidade de escolher a sua própria religião e agir de forma coerente no meio social, político e econômico. É a ação do cotidiano que defini o ser humano consciente, e que a cidadania se concretiza.
(*) Marli Turetti Rabelo Andrade é doutora em Educação e professora da Área de Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter.