terça-feira, 18 novembro, 2025
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Opinião de Valor: Abuso e tráfico ilícito de drogas

Cel. Audilene Rosa de Paula Dias Rocha

Por Coronel Audilene Rocha

Em junho existem algumas datas para conscientização, entre elas está o Dia internacional contra o abuso e tráfico ilícito de drogas, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1987. Essa data objetiva não, apenas, a conscientização, mas, também, o combater a problemática social gerada pelo uso das drogas ilícitas, planejamento e implemento de ações para enfrentamento à dependência química e o tráfico de drogas. Embora não seja ilícito, devemos lembrar que o uso e o abuso de álcool em conjunto com outras drogas são responsáveis por um dos problemas de saúde pública mais importantes no mundo.

Segundo Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (LENAD Família), mais de 8 milhões de brasileiros são dependentes de drogas. O Relatório Mundial sobre Drogas 2021 demonstra que a pandemia intensificou os riscos de dependência, em decorrência da inovação tecnológica e rápida adaptabilidade dos traficantes em utilizarem novas plataformas, na Dark Web, para facilitar o acesso e expandir a venda de drogas e outras substâncias, que repercutirá, diretamente, na saúde pública.

O relatório, ainda, aponta que a retomada das demais operações dos mercados de drogas, também, foi muito rápida, com novas dinâmicas, com os traficantes se adaptando às novas circunstâncias, após a pandemia. Isso não é novidade, os traficantes sempre inovaram diante das dificuldades impostas pelas estratégias das forças de segurança, apenas aplicaram às circunstâncias. Enquanto houver demanda os traficantes encontrarão maneiras de facilitar o acesso. As fronteiras brasileiras são extensas e as drogas entram por vias terrestres, fluviais, aéreas e marítimas.

As drogas alteram o cérebro, essa é a razão da dificuldade em abandonar o seu uso para aqueles que assim almejam. Mudanças cerebrais interferem no autocontrole do dependente, levando-o a recaídas, por isso é considerada uma doença crônica.

As vivências avassaladoras experienciadas pela família de um dependente químico pouco são estudadas, em que pese suas repercussões em todas as áreas das necessidades humanas: física, financeira, psicológica, relações interpessoais e sociais. Importante ressaltar que nessa experiência pode ser incluída violência doméstica, abuso infanto-juvenil, furto e roubo de bens familiares, condução de veículos sob efeito de drogas e suas consequências e ausências prolongadas. Dessa forma, os familiares vivem em constante tensão, tornam-se vulneráveis e, também, precisam de cuidados, devendo ser inseridos nas políticas públicas de saúde.

Essencial trabalhar o contexto da prevenção, que envolve família, escola e comunidade, além da intervenção curativa. É imprescindível a proteção durante a infância, a adolescência e o início da idade adulta. Assim, as políticas públicas devem planejar e implementar ações que evite ou retarde o primeiro contato com as drogas; impeça a evolução da experimentação para a dependência e proporcione o tratamento da dependência. Investir maciçamente em ações preventivas eficazes é necessário.

Abraços a todos(as) e que Deus os(as) abençoe!

Coronel Audilene

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