
Existem momentos que percebemos um processo para desestabilização da sociedade, enclausurando as pessoas, tornando-as reféns do medo.
Faz-se terrorismo psicológico, incute-se medo. É de conhecimento público que os criminosos estão mais ousados, às vezes, mais agressivos pelo uso de armas, uso de substâncias entorpecentes, sensação de impunidade ou pura soberba. A pessoa despreparada na posse de uma arma se sente invencível, valente e capaz de resolver qualquer situação, a ponto, inclusive de fazer provocações. Já o dependente químico tem pressa em alimentar seu prazer, é instável, muitas vezes, descontrolado. A impunidade dá sensação de poder, de controle. O soberbo se acha um “deus”, cheio de merecimento que lhe foi negado, o mundo tem que girar ao seu redor, o direito do outro é ofensivo ao seu ego, é o que o torna perigoso.
Novos modos de praticar crimes são desenvolvidos a cada dia, novos golpes, ações, algumas mais engenhosas, difíceis de perceber durante sua perpetração, outras mais violentas, ousadas, inclusive acompanham o desenvolvimento tecnológico. Claro, é uma pena que todo esse potencial seja usado contra a vida comunitária e não a seu favor. O grande problema de tudo isso é que a nossa legislação não acompanha a evolução criminal, não se atualiza, não é ágil, não se torna mais rigorosa na mesma medida das novas formas de operacionalização do crime e da violência aplicada. Nosso sistema é pesado e lento.
Por mais que os órgãos de segurança pública se empenhem e, frise-se, empenham-se, os presídios e cadeias públicas estão abarrotados, não há investimentos. Não estamos falando apenas de recursos humanos, viaturas e equipamentos, mas, também, de desenvolvimento tecnológico e estratégico para acompanhar e fazer frente aos modelos de operação da criminalidade, bem como de necessidades de proposição de algumas alterações legislativas.
Mentiras, calúnias, difamações, injúrias são praticadas e espalhadas ao vento, todos os segundos e nada é feito, porque tudo é dispendioso, excessivamente burocrático e, ao final, muitas vezes, não se consegue que a lei seja cumprida, alcance a tão sonhada justiça.
Os indivíduos começam a se sentirem impotentes e acuados, pois, parece não haver soluções e esse sentimento é perigoso. Diante dele as pessoas podem se encolher e desacreditar no sistema ou se colocarem em risco para se defenderem, ambas são igualmente danosas. A indústria do medo bombardeia as mentes para desestabilizar o maior número de pessoas e desacreditar instituições. Isso precisa ser combatido. A análise crítica e situacional para visualizar a realidade é muito importante nesse contexto.
Abraços a todos(as) e que Deus os(as) abençoe!
Coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha