quarta-feira, 12 novembro, 2025
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Oftalmologistas organizam atividade de vivenciar as dificuldades da cegueira

Experiência é uma das ações organizadas pelo 66º Congresso Brasileiro de Oftalmologia (CBO2022), realizado em Curitiba com objetivo conscientizar a população sobre os riscos das doenças oculares

 

Assessoria

O envelhecimento da população traz consigo a exigência de cuidados especiais com a saúde. No caso do aparelho da visão, duas doenças oculares estão chamando a atenção dos especialistas porque podem levar à cegueira se não forem diagnosticadas em seu começo. São a retinopatia diabética e o glaucoma, que estão no centro das discussões do 66º Congresso Brasileiro de Oftalmologia (CBO), por serem de difícil diagnóstico e estarem em crescimento em todo o país.

“Essas são algumas das doenças mais preocupantes quando falamos sobre perda total da visão. São problemas de caráter progressivo, portanto, o diagnóstico precoce é essencial para garantir a eficiência dos tratamentos e evitar quadros clínicos mais graves”, alerta o presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino. Essas doenças são os principais responsáveis pela perda irreversível da qualidade da visão e acometem, sobretudo, pessoas com idades mais avançadas.

As doenças são chamadas de silenciosas porque não dão sinais muito cedo e quando percebidas pode ser tarde demais. No caso Paraná, dados do Sistema Único de Saúde (SUS) revelam que a retinopatia diabética cresceu de 124 mil casos em 2013 para 147 mil até maio deste ano, quando ainda faltavam sete meses para o fim do período, como mostra o quadro abaixo.

No total, nos últimos dez anos o Paraná registrou 1,9 milhão de procedimentos voltados ao diagnóstico da retinopatia diabética. Apenas em 2021, o Estado produziu 281.360 exames diagnósticos relacionados à doença no SUS, o melhor resultado em 10 anos.

GLAUCOMA

No caso do glaucoma, a taxa de registro da doença no SUS também cresceu exponencialmente. O glaucoma é a principal causa de cegueira evitável no mundo. A partir de consulta ao banco de dados oficial do SUS, identificou que 5.701 paranaenses foram internados para tratamento do glaucoma entre janeiro de 2012 e maio de 2022. Em 2018 o estado registrou o maior número de notificações dessa natureza por ano, alcançando a marca de 1.010 internações para o tratamento da doença.

Ao longo da série histórica, Curitiba concentra 1.484 notificações, o equivalente a 26% do número total do Estado. Também ganharam destaque os municípios Londrina (746), Cambé (184), São José dos Pinhais (133) e Colombo (130). Confira abaixo o detalhamento dos números referentes à morbidade por glaucoma nos dez municípios mais expressivos no estado do Paraná.

Os números de casos das doenças podem ser ainda maiores, uma vez que 38% (23.438.521) das notificações a nível nacional estão relacionadas ao recorte geográfico “Ignorado/exterior”. Outra indicação de inconsistência na distribuição geográfica dos dados é que, em 2013, não há registros referentes aos procedimentos executados no Paraná. “Por isso, é preciso ficar atento às medidas preventivas relacionadas a essas doenças, que costumam ameaçar a visão dos pacientes mais velhos”, disse Caixeta Umbelino.

Dos registros referentes ao Paraná, 28% (536.452) foram associados a Curitiba. Além da capital, também se destacam os municípios de Londrina (124.220), Maringá (79.351), Campo Largo (67.738), Cascavel (58.827) e Foz do Iguaçu (38.047). Confira na tabela a seguir o detalhamento dos números de procedimentos diagnósticos referente ao comportamento da retinopatia diabética no Estado.

CARTILHA

Ao final da visita à Casa dos Sentidos, os participantes recebem uma cartilha com informações essenciais acerca da baixa visão. O material, produzido pelo CBO especialmente para a ação executada em Curitiba, destaca que, apesar do avanço tecnológico das terapias para as doenças oculares, a deficiência visual continua presente em importante parcela da população mundial e acarreta repercussões pessoais e socioeconômicas que podem ser significativas na vida de pessoas que vivem sob essa condição.

O material educativo traz detalhes sobre como se classificam as doenças oculares, além de dicas úteis para pessoas que vivem com baixa visão. A cartilha alerta, ainda, para a necessidade do acompanhamento médico regular de pessoas com deficiência visual. Para especialistas do CBO, é fundamental que esses pacientes sejam direcionados para ações de reabilitação, estabelecidas a partir das necessidades individuais e de acordo com o impacto da deficiência visual sobre a vida dessas pessoas.

ACESSE A “Baixa visão – é importante você saber”

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