g1 – Peritos da Polícia Federal e pesquisadores do Centro de Conservação e Restauração da UFMG (Cecor) identificaram 186 peças de arte danificadas durante os ataques golpistas, em Brasília, no 8 de janeiro de 2023. A metodologia criada permitiu calcular o valor das obras danificadas e o impacto dos danos.
Os valores das obras somados chegam a R$ 20 milhões, e o prejuízo pelos danos, R$ 12 milhões. O trabalho começou ainda em Brasília, com análises não invasivas feitas diretamente nos locais dos ataques: Senado, Câmara, STF e Palácio do Planalto.
“Utilizamos equipamentos portáteis para identificar materiais como metais, tintas e madeiras. Depois, coletamos microamostras para análises mais profundas em Minas Gerais”, explicou Marcus Andrade, perito criminal federal.
A partir dessas análises, foi possível confirmar a autenticidade das 186 obras vandalizadas. Todas eram originais. Com a autenticidade garantida, os pesquisadores passaram a calcular o valor de cada peça, considerando o valor de mercado e mais 12 critérios, como valor estético, histórico, patrimonial e cultural.
Em seguida, foi criada uma fórmula para quantificar os danos, levando em conta o valor da obra e o grau de destruição. A escala vai de 0 a 100 — sendo 100 a perda total. “É como um seguro: há danos leves, médios, intensos e perda total”, explicou Luiz Antônio Souza, vice-diretor do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFMG.
Entre as obras periciadas estão um relógio suíço do século XVII e o quadro “As Mulatas“, de Di Cavalcanti.
Comparativo de valor de mercado e danos
Peças Avaliadas | VALOR DE MERCADO | VALOR DO DANO |
Relógio do século XVII | R$ 215.855,20 | R$ 194.269,68 |
Quadro “As mulatas” – Di Cavalcanti | R$ 7.235.925,10 | R$ 4.341.561,06 |
Obra “O Flautista” – Bruno Giorgi | R$ 709.324,55 | R$ 567.459,64 |
Tapeçaria – Roberto Burle Marx | R$ 2.911.121,33 | R$ 2.328.897,06 |
Painel de Athos Bulcão | R$ 659.414,62 | R$ 329.707,31 |
Pintura de Juan Miró | R$ 580.246,26 | R$ 348.147,76 |