sexta-feira, 12 setembro, 2025
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O plano de “descarreira” dos servidores de Curitiba

Prefeitura de Curitiba . (Foto: Everson Bressan/SMCS/Arquivo)

O relato a seguir foi enviado à Coluna por um servidor municipal que pede anonimato:

“Após cinco anos de estudo para implantação de um novo plano de carreira para os servidores do município de Curitiba, foi divulgado o resultado do tão esperado plano de progressão.

Encaminhado à Câmara Municipal de Curitiba no dia 7 último, não se podia esperar outra coisa ‘banho de água gelada e ácida’, sabendo-se na mão de quem estava o processo de criação: é o que eles têm, é o que eles podem, dentro de sua pequenez. Alexandre Jarschel deixou a função nas mãos de Luciana Varassin e de Sergio Malheiros – que dizem ser metido a procurador do município.

Alexandre Jarschel

É senso comum que está mais para “enterro de carreira” do que progressão. O crescimento por desempenho é para os “super amigos” dos chefes, desde que consigam estar entre os 20% da quantidade de servidores do seu cargo melhores classificados – sendo que 80% do peso para esta progressão será ponderado da avaliação de desempenho feita pelo chefe e os outros 20% de pequenos cursos.

O crescimento por qualificação é para os que fizerem uma especialização, mestrado ou doutorado; desde que estejam melhores classificados do que 5%. Isso mesmo, 5% dos servidores do seu cargo, ou seja, sem repetir os mesmos servidores. Para que todos tenham acesso a esse avanço, levará 40 anos em cada cargo (sendo 5% a cada procedimento que acontece a cada dois anos, essa é a conta a ser feita).

Considerando que nesses 40 anos alguns conseguirão repetir o feito, então para contemplar 100% dos servidores de um determinado cargo, por exemplo Enfermagem, a pessoa vai ter que esperar o prolongamento da expectativa de vida do servidor curitibano para ser contemplado.

Luciana Varassin

Estes cursos de longa duração representarão 80% do peso para computar a sua pontuação para concorrer ao avanço por qualificação e 20% virá do resultado da puxação de saco, quer dizer, da avaliação de desempenho feita pela chefia.

Cada procedimento citado acima será realizado a cada dois anos, desde que a SMF diga que tem recurso, caso contrário pode abrir menos vagas ou nem haver o procedimento naquele ano.

E a perversidade continua: se a pessoa ficar doente no ano que antecede a abertura do procedimento, não poderá participar do mesmo, nem em caso de acidente de trabalho: afastou-se legalmente por mais de 30 dias no período (consecutivos ou não), está fora, seja pela morte de um parente, por doença ou por qualquer outro motivo (exceto licença maternidade/paternidade, férias e licença prêmio).

Quando o servidor for contemplado no procedimento por desempenho, não poderá participar dos próximos três procedimentos. O mesmo acontece com o avanço por qualificação, quando for contemplado, não poderá participar dos próximos três.

Com a comenda da Ordem da Luz dos Pinhais no bolso, bem que o prefeito podia mandar Jarschel para casa. E que leve na mala Varassin, Malheiros e seu cunhado diretor da saúde ocupacional Guilherme Graziani. Pensando bem, sem esses três boa parte já se resolve”.

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