Enquanto isso, empresários de bares pedem fechamento do comércio, em defesa da vida, e em obediência a decreto do governador Ratinho Junior.

Hoje não há mais como alguém se esquivar, recorrendo ao “disse-não-disse”. A tecnologia se encarrega de registrar palavras, gestos. Desmenti-las, impossível. Disso, no entanto, parece não se aperceber o loquaz prefeito Rafael Valdomiro Greca de Macedo, um encantado com sua própria voz e com seus gestos teatrais, gongóricos e sua cultura ornamental.
Lembram-se do choro histórico na CNN?
Pois Greca de Macedo, depois de ter anunciado a reabertura do comércio de Curitiba, na semana – medida aplaudida pelo presidente da ACP, Camilo Turmina – voltou atrás. Felizmente, por pressão do bom senso extra-Prefeitura.
Dizem que a carga de “lógica” partiu do Palácio Iguaçu.
Greca, de qualquer forma, acabou usando uma bela figura de linguagem – “eu não barganho com vidas”. Mas foi justamente isso que ele mostrou ao pregar irresponsavelmente contra determinações de organismos como a OMS, e decreto do governador Ratinho Junior pelo isolamento horizontal diante da pandemia.
Vide o que está correndo na China, onde as mortes pelo covid-10 aumentaram, agora, em 50%.
Tenho que registrar que até mesmo donos de restaurantes e bares se colocam contra a abertura do comércio em Curitiba (vide matéria neste espaço), enquanto o alcaide começa a ser contestado por alguns de seus assessores incomodados com a desenvoltura com que o prefeito quer servir a dois senhores ao mesmo tempo.
SÓ A VIDA IMPORTA
Mas só o direito à vida deve ser nosso senhor, hoje.
A propósito: uma muita respeitada agência de pesquisas de opinião pública sediada em Curitiba – e com alcance nacional consolidado – estaria iniciando um levantamento para saber como o curitibano vê a questão do chamado isolamento horizontal (que abre espaço para serviços de segmentos essenciais da cidade, como farmácias, supermercados, padarias, etc.).
Uma pergunta deve constar da pesquisa, tipo “você apoia o prefeito Rafael Greca, que advoga a abertura do comércio e o fim do isolamento horizontal?”