
Professor de ciência política da UFPR, Emerson Urizzi Cervi conta, em seu perfil do Facebook, um relato familiar que se mescla com a história de Chico Mendes – esnobada pelo ministro do Meio Ambiente. Confira a seguir:
PISTOLEIRO DARLY
“Darly Alves, pistoleiro contratado pelo pessoal da grilagem, que assassinou Chico Mendes em 1988, no Acre, havia matado o irmão de meu avô e o filho dele, sobrinho de meu avô, em 1969 e 1973, consecutivamente.
Os crimes contra Angelo e Acir Urizzi foram cometidos na zona rural de Umuarama, noroeste do Paraná. Em 1975, isso quem me contou foi meu avô, a polícia já conhecia a identidade do mandante do assassinato, o Darly.
Um pistoleiro, preso em São Paulo por outros crimes, confessara os assassinatos em Umuarama.
VIDA DE CRIMES
No entanto, Darly ficou livre de 1975 até 1990, quando foi preso por ter assassinado o ambientalista reconhecido internacionalmente. Só depois disso, a viúva do Acir conseguiu que Darly fosse julgado pelo assassinato de seu marido, cometido em 1973, na comarca de Umuarama. O assassinato de Angelo, pai de Acir, nunca foi a julgamento.
BANDIDO LIVRE
Por que contar isso?! Para repetir que se a justiça brasileira não fosse tão leniente, preguiçosa, vil, falha e seletiva, Darly não teria ficado três décadas livres e Chico Mendes poderia estar vivo hoje, para defender-se.
A mãe da violência é a ausência de justiça. E aqui isso é histórico”.