
Um dos documentos mais importantes gerados no Concílio Vaticano II (começo dos anos 1960) foi o “Nostra Aetate”, que trata da liberdade religiosa. A partir da decisão apontada pelo documento, o mundo católico passou a aceitar o pluralismo religioso como direito do ser humano.
Assim, Roma indicou ao mundo cristão uma nova diretriz fundamental. E decretou o fim da definição dogmática do “Roma locuta, causa finita”. Roma falou, está falado.
Se a Igreja Católica passou a pregar o diálogo ecumênico (com outros cristãos) e inter-religioso, com outras religiões, o mesmo não aconteceu com boa parte das denominações evangélicas.

NÃO INCOMODEM O PAI MANECO 2
Quem tem história pra contar sobre a “perseguição” que sofrem religiões de matrizes africanas em Curitiba é Lucília Guimarães, dirigente do Terreiro do Pai Maneco, bairro do Santa Cândida.
Se no Rio de Janeiro os ritos de matriz africana sofrem agressões frequentes e pesadas, com violência física, no caso do Pai Maneco a agressão – contra os médiuns – ocorre com a frequentes visitas de fieis pentecostais. Eles não participam da “gira” –ato litúrgico equivalente à missa -, que pode reunir até 300 médiuns da casa.
Esses pregadores neopentecostais fazem seu “apostolado”, distribuindo panfletos e jornais contra a Umbanda e ritos de origem afro, na porta do terreiro. Anunciam que as manifestações que ali ocorrem são “coisas do diabo”. Prometem o inferno para quem participa de invocações afro-brasileiras.
Acham que agindo assim, nas portas daquele centro, estão mesmo servindo a Deus…