
Não haveria justificativas para vícios licitatórios. Há provas suficientes
para pedir afastamento de diretora
Desde agosto de 2020 até o momento, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná tem feito compras de equipamentos de segurança contra o covid-19 para enviar as mais de 2 mil escolas estaduais e núcleos regionais da Educação.
Sempre sob argumento emergencial, usando como justificativa a pandemia do Covid-19, foram gastos quase R$ 20 milhões no kit de proteção, como máscaras, luvas, álcool em gel, material de limpeza, macacões, face Shields e outros itens de segurança.
Diante de tanta urgência e emergência, uma apuração está sendo feita pelo Ministério Público para entender essa demanda da Diretoria de Planejamento e Gestão Escolar. E alguns apontamentos indicam possíveis irregularidades.
DIRECIONAMENTO
Entre os levantamentos e denúncias que chegaram a promotoria, há a suspeita que de direcionamento das licitações por parte de Adriana Kampa, diretora de Planejamento e Gestão Escolar. Inclusive há registros que familiares próximos de Adriana estão entre os beneficiados.
Na última sexta-feira, 28, a promotoria já teria colhido material suficiente para pedir o afastamento de Adriana Kampa, para possibilitar maior aprofundamento das investigações, pois há registros de vícios nos processos licitatórios. Diante disso, foi formulado um ofício, que será enviado ao secretário da Educação, Renato Feder, pedindo o afastamento da diretora, até que os fatos sejam apurados.
PENTE FINO DO TCE
Além da apuração do Ministério Público, um pente-fino está sendo feito pelo Tribunal de Contas do Estado nos contratos emergenciais na Secretaria de Estado da Educação. Há suspeitas de direcionamentos nos contratos no setor de tecnologia da informação e na área pedagógica e também em projetos novos, como o Colégio Cívico Militar, menina dos olhos do governador Carlos Ratinho Massa Junior.
MUITAS SUSPEITAS
Há suspeitas que os vencedores de contratos possam ser dos círculos de amizade de diretores. Alguns acham que até de autoridades maiores da SEEC. Como se não bastasse, a crise na Comissão de Educação, iniciada no começo do ano, ainda não se arrefeceu. Desde que Renato Feder mexeu no Conselho Estadual de Educação, ainda há muitos deputados estaduais irritados com o secretário, esperando o momento para dar o troco.