sexta-feira, 14 novembro, 2025
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Médicos denunciam falta de pediatras e consultas cronometradas nas UPAs

Plural

Mãe de uma criança de 1 ano e 5 meses, Josmeire Valtim Hudson levou o filho para uma consulta à Unidade Básica de Saúde Lotiguaçu, em Curitiba, mas não encontrou nenhum pediatra disponível para atendimento.

“Ali ele nunca foi atendido por pediatra. Sempre por clínica geral ou enfermeira. Um mês você passa pela médica clínica e na outra pela enfermeira, mas meu filho nunca viu um pediatra ali no posto de saúde”, critica a mãe.

Atualmente, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba, o município tem 93 pediatras na Atenção Básica, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Hospital Bairro Novo.

Segundo o Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar), o número de pediatras é insuficiente para atender a demanda. “Apesar do inverno quente, este ano tivemos um aumento de quadros respiratórios em pacientes pediátricos que exige mais presença de pediatras”, observa o presidente do Simepar, Marlus Volney de Morais.

A preocupação do Simepar levou a uma reunião com a participação do vereador Dalton Borba (PDT). Além do número de pediatras, foram apontadas outras questões que, segundo os médicos, dificultam o trabalho.

“CONTROLE DE FLUXO”

Uma delas – já recorrente – é o “controle de fluxo”. Eles alegam que há um tempo limite para cada consulta, o que, para os médicos, prejudica o atendimento dos pacientes. “Não tem como cronometrar uma consulta, ainda mais com crianças. Precisamos tirar a roupa, apalpar, falar com a mãe ou pai, não podemos abreviar os exames. Também recebemos relatos de médicos que são cobrados por ir ao banheiro”, lamenta Morais.

Dalton Borba enviou um pedido de informações à Secretaria de Saúde questionando a quantidade de médicos que atuam no sistema público de saúde de Curitiba, entre outros pontos. Além disso, o documento também pede especificamente detalhes sobre a cronometragem de tempo para as consultas. O pedido ainda não foi atendido.

Ao Plural, a Secretaria de Saúde disse que “o tempo para os atendimentos nas consultas médicas depende da complexidade de cada caso e da necessidade da conduta médica, dentro de padrões internacionais que orientam sobre o tempo médio de consulta médica, o que permite a organização e padronização das agendas em toda sua rede de atenção”.

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