AEN-PR – O Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR) inaugurou na noite de ontem (10) a exposição “O Acervo do MAC pelo olhar de Fernando Velloso”. A mostra reúne obras do acervo da instituição selecionadas sob a curadoria do primeiro diretor do museu. A exposição presta homenagem a Velloso, que tem uma trajetória dedicada à arte. Pintor de relevância no Paraná, pioneiro na arte abstrata, ele acumula mais de 75 anos de carreira, dos quais treze deles foram dedicados à direção do MAC Paraná.
Na década de 1970, Velloso ampliou sua atuação para a gestão cultural, concentrando funções como crítico de arte, curador e museólogo. Nesse período, esteve ligado ao Departamento de Cultura da Secretaria da Educação e Cultura do Paraná, sendo um dos responsáveis pela criação do MAC Paraná em 1970. Ocupou a direção do museu desde sua fundação até 1983, promovendo intercâmbios entre artistas nacionais e internacionais.
O professor e crítico de arte Fernando Bini destaca a importância de sua atuação. “A curadoria desta exposição é uma homenagem ao trabalho pioneiro de Velloso na administração cultural do Paraná, não apenas no campo das artes visuais, mas também na música, dança, teatro, literatura, cinema e cultura em geral”.
O trabalho de Velloso ressoa e seu legado com a criação do MAC Paraná abriu portas para diversos artistas paranaenses, como destaca Juliane Fuganti, atual diretora da instituição e uma das pessoas incentivadas por ele. “Como um verdadeiro sonhador da matéria, Velloso foi um homem que compreendeu a arte como uma substância viva, um fogo que se propaga e transforma. Sua generosidade como gestor abriu caminhos, permitindo que muitos artistas, inclusive eu, atravessassem fronteiras”, disse.

Homenagem
A noite de quinta-feira (10) no Museu de Arte Contemporânea do Paraná foi marcada por uma homenagem especial a uma das personalidades mais importantes do cenário artístico paranaense. Durante abertura da nova exposição de acervo do MAC Paraná, o artista, curador e crítico de arte Fernando Velloso, 95, foi homenageado pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC) com a Medalha de Mérito Cultural. A honraria foi instituída pelo Governo do Estado e entregue pela secretária da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. Velloso foi o primeiro a recebê-la.
Na mesma cerimônia, o ex-governador Paulo Pimentel, 96, também foi homenageado com o título de Patrono Benemérito do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, concedido pelo Conselho Consultivo da instituição. À frente do Governo do Estado entre 1966 e 1971, Pimentel foi responsável pela assinatura do decreto que oficializou a criação do MAC-PR, em 1970. Um ano antes, em 1969, inaugurou ainda o Museu da Imagem e do Som do Paraná, que é segundo Museu da Imagem e do Som mais antigo do país, atrás somente do MIS-RJ.
Ele também foi responsável pela articulação política que destinou o terreno no Centro Cívico para a construção do Museu Oscar Niemeyer, hoje o maior museu de arte da América Latina e um dos mais visitados do mundo em 2024, segundo o portal The ArtNewsPaper.
A exposição
A mostra apresenta mais de 40 obras do acervo do MAC-PR, incluindo trabalhos de Poty, Tomie Ohtake, Yolanda Mohalyi, Antonio Henrique Amaral, Francisco Stockinger, Helena Wong, Carlos Augusto da Silva Zilio, Pietrina Checcacci, José Antonio de Lima, Dimitri Ribeiro, Fernando Calderari, Vicente Jair Mendes, Helena Beltrão de Barros, Paulo Valente, Alberto Massuda, Domicio Pedroso, Fernando Bini, Fábio Noronha, Leila Pugnaloni, Suzana Lobo, Ronald Simon, Guima, Kenichi Kaneko, Rettamozo, Mário Rubinski, Danúbio Villamil Gonçalves, Rones Dumke, Dulce Osinski, Vera Sabino, Bernardo Caro, Elvo Benito Damo, Eliane Prolik, Alfi Vivern, Jefferson Cesar, Franco Giglio, Antônio Arney, Antônio Maia, Raul Borges da Cruz, Jussara Fátima Age, João Osorio Bueno de Brzezinski e Marcello Nitsche.
Fundado em 1970, o Museu de Arte Contemporânea do Paraná possui um acervo com mais de 2.000 obras de artistas paranaenses, brasileiros e estrangeiros. Além das exposições, a instituição mantém o Setor de Pesquisa e Documentação, um dos maiores arquivos especializados em arte moderna e contemporânea do Brasil, e um Setor Educativo, que promove visitas mediadas e oficinas gratuitas.