sexta-feira, 24 janeiro, 2025
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Luto: dicas para superar a perda de um pet

Assessoria – Os brasileiros não lidam bem com a morte e a maioria tem dificuldades para falar sobre o assunto. Um estudo realizado pelo Studio Ideias revela que o tema é tabu para 73% das pessoas e 82,4% acham que não existe nada mais sofrido do que perder alguém.

E não é só a morte de pessoas queridas que deixa um vazio. Perder um pet é igualmente doloroso. Nessa hora, tutores precisam de atenção, em especial as crianças, já que a morte de um animal de estimação pode ser a primeira experiência delas com o luto.

A psicopedagoga Daniela Jungles, professora de Psicologia e supervisora da clínica-escola do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, um dos maiores ecossistemas de ensino superior do país – explica que o fato de considerar os animais de estimação como membros da família aumenta o vínculo emocional.

“Para algumas pessoas a perda de um animal de estimação pode ser comparável ao luto pela perda de um ente querido humano em termos de intensidade emocional. No caso das crianças, pode ser uma experiência bastante significativa”, diz a mestre em Ciências da Educação pela Université de Sherbrooke, no Canadá.

A intensidade das emoções é uma das semelhanças no processo de luto entre a perda de um familiar ou amigo e a de um animal de estimação. O processo de luto requer adaptação para viver sem o pet. “Isso pode levar tempo e incluir estágios como negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. A experiência de luto pela perde de um animal de estimação é única, influenciada por fatores como o relacionamento com o animal, a cultura, a personalidade e a experiência de vida.”

Segundo a psicóloga, é importante reconhecer as emoções das pessoas enlutadas e oferecer apoio. No caso das crianças, a maneira como lidam com a perda varia de acordo com idade e personalidade. “Se a criança tiver dificuldades graves para viver esse luto ou demonstrar sinais de depressão ou ansiedade significativos é preciso buscar ajuda de um profissional de saúde mental.”

Não tem luto certo ou errado

Cada pessoa vive o luto de maneira única, não há certo ou errado. O fato é que superar a falta de um animal de estimação pode ser desafiador. Não reprimir as emoções é o primeiro passo. Conversar sobre o assunto com amigos e familiares também é reconfortante. “Encontrar pessoas que compreendam e apoiem esse luto ajuda a aliviar a dor”, ensina Daniela.

De acordo com a psicóloga, outras estratégias ajudam a superar esse momento, como fazer um memorial em homenagem ao pet, cuidar do bem-estar físico e emocional (boa alimentação, exercícios físicos e descanso), respeitar o tempo necessário para lidar com a perda e, se preciso, buscar suporte profissional.

“Participar de trabalhos voluntários em abrigos de animais ou fazer doações podem ser formas de honrar a memória do pet. A possibilidade de adotar outro animal de estimação também deve ser considerada quando a pessoa estiver emocionalmente preparada. Um novo animal de estimação não vai substituir o pet anterior, mas ajuda a preencher o vazio”, explica a professora do UniCuritiba.

Para ajudar nesse processo, a psicopedagoga Daniela Jungles dá algumas dicas.

1) Seja honesto e compassivo: use palavras apropriadas à idade e explique de forma gentil o que aconteceu. Mostre empatia e compaixão, validando os sentimentos da criança.

2) Incentive a expressão de sentimentos: encoraje a criança a expressão o que estiver sentindo: tristeza, raiva, confusão ou medo. Mostre que esse sentimento é normal.

3) Faça uma cerimônia de despedida: dê à criança a oportunidade de se despedir, fazendo um enterro simbólico no jardim, por exemplo.

4) Ofereça informações sobre a morte: dependendo da idade da criança, explique o ciclo natural da vida e da morte. Responda às perguntas da criança com sinceridade, sem recorrer a respostas evasivas.

5) Mantenha a rotina: após a perda do animal de estimação é importante manter a rotina da criança o mais consistente possível. Isso oferece segurança e previsibilidade durante um período emocionalmente desafiador.

6) Ofereça apoio emocional: esteja disponível para a criança e ouça atentamente o que ela tem a dizer. Esteja presente para consolá-la quando for preciso. Mostre empatia e paciência.

7) Lembre-se das memórias positivas: incentive a criança a compartilhar histórias e memórias positivas sobre o animal de estimação. Isso ajuda a preservar o legado do animal e a celebrar a alegria que ele trouxe para a vida da criança.

8) Respeite o tempo de luto: o luto é um processo individual e pode variar em duração para cada pessoa. Respeite o tempo da criança para lidar com a perda e esteja disponível para apoiá-la.

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