(Crédito da Foto: Pedro de Oliveira – Alep)
Confesso minha antiga admiração pelo deputado Luiz Carlos Martins (PSD), cuja carreira acompanho há anos.
Com frequência respondo a certos amigos comuns, críticos daquilo que dizem “ser marca” de LCM: um certo “silêncio continuado como parlamentar”.
Digo sempre, e repito agora: não é verdade. Luiz fala até bastante, aponta mazelas, reclama, tem posições sobre temas de amplos interesses da comunidade.
Só não é “arroz de festas”.
E quando fala, age como o fez na quarta (5), tocando o dedo da ferida numa questão que interessa a todos: os recursos públicos alocados para a construção de estádios de futebol. Objetivamente, para a Arena da Baixada.
O que LCM disse está objetivamente colocado no noticiário que segue, enviado pela assessoria do parlamentar do PSD.
Arena hoje só com imagens aéreas (Conrado Bastos/Gazeta do Povo)
IMPOSSÍVEL SILENCIAR
“Esta Casa não pode ficar silenciosa diante de todo o dinheiro que está sendo colocado na Arena do Atlético. E me coloco no meio também. Podemos ficar quietos? É dinheiro público, sim. A Fomento do Paraná é pública, sim. E se é dinheiro público temos obrigação e o dever de discutir e fiscalizar. Estamos silenciosos diante de um tema de extrema importância para toda a sociedade”.
Assim o deputado Luiz Carlos Martins definiu sua preocupação com os gastos para a construção da Arena do Atlético Paranaense e a falta de participação dos deputados no uso do dinheiro investido na construção de uma das sedes da Copa de 2014. O alerta foi feito na tribuna da Assembleia na sessão desta quarta-feira (5).
UMA OBRA ÀS ESCONDIDAS?
Martins lembrou que do orçamento final, previsto pelo Atlético, de cerca de R$ 330 milhões, há recursos do BNDES, da prefeitura de Curitiba e da Fomento Paraná, instituição ligada ao governo do Paraná.
“Parece que estão fazendo o estádio às escondidinhas. Duvido que algum deputado saia daqui agora e vá na Arena e consiga ver as obras. Aí se forma um comitê com gente do governo do Estado, da Prefeitura e do Atlético que não passa para o povo as informações, com fotografias, enfim, informando o povo? O presidente Roosevelt, na época das grandes obras dos EUA, encontrou obras com tapumes, e o que ele fez? Retirou os tapumes para que todos vissem o que estava acontecendo. Isso sim é transparência”, questionou Martins.
E OS GRANDES DEVEDORES
O deputado do PSD também usou a tribuna para falar dos grandes devedores do Estado. Outro silêncio que incomoda, ressaltou Martins. “Por que nós, dessa Assembleia, fazemos um silêncio tão grande a respeito dos grandes devedores de impostos do nosso estado? Eles devem, e devem muito. Agora, se é o cidadão que mora em Carambeí, numa casinha, não paga a luz, ela é cortada. Se não paga água, a água é cortada. E os grandes devedores? Não estaria no momento dessa casa convidar a Secretária da Fazenda, pode ser numa reunião fechada por causa do sigilo fiscal, para sabermos qual a razão desses devedores não pagarem o que devem?”, questionou o deputado na tribuna.