
Folha de S.Paulo
O juiz Bruno Rulière, da Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro, determinou nesta terça-feira (3) que o ex-governador Sérgio Cabral e cinco policiais militares fiquem dez dias em isolamento na penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1), para onde serão transferidos em razão de supostas regalias encontradas na cadeia em que estavam.
De acordo a decisão do magistrado, as vistorias realizadas nos dia 24 e 27 de abril na Unidade Prisional da Polícia Militar, onde Cabral está desde setembro, identificaram que os presos eram responsáveis por abrir e fechar as portas de suas próprias celas —que não eram protegidas por grades.
“Os alojamentos individuais dos presos são desprovidos de grades, possuindo portas com fechaduras internas. Além disso, diversos alojamentos e armários estavam trancados com cadeados que a administração da unidade não tinha a chave, necessitando ser arrombadas”, afirmou o relatório da vistoria.
Além da administração das próprias celas, os fiscais encontraram uma série de objetos irregulares, como celulares, anabolizantes, dinheiro e lista de compras em restaurantes.
As supostas regalias foram identificadas na “ala dos oficiais” da unidade, destinada prioritariamente a policiais militares. Cabral estava detido lá em razão de decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), de retirar o ex-governador do convívio de pessoas que delatou em seu acordo de delação premiada em Bangu 8.
“Os fatos constatados nas inspeções judiciais indicam quadro de gravíssimas irregularidades e falhas grosseiras nas rotinas de controle, ordem, disciplina e segurança da unidade. Também há indicativos sérios e sólidos de tratamento diferenciado ao grupo de pessoas alocados na ‘ala dos oficiais’, em condição incompatível com o ordenamento jurídico, configurando privilégio não permitido e inaceitável”, escreveu Rulière.
