
A edição de fevereiro da Revista Ideias traz uma ampla reportagem, produzida pelo jornalista Diego Antonelli, que conta a saga dos judeus no Paraná. A primeira onda imigratória do povo judeu para o Paraná começa em 1889 e segue até 1929. Os primeiros imigrantes judeus eram oriundos da Galícia Austríaca. Vieram, primeiramente, cinco homens e três mulheres da família Flacks e dois irmãos da família Rosenmann. Eles se estabeleceram na então colônia agrícola Thomaz Coelho, criada em 1876, onde hoje é a cidade de Araucária.
NO COMÉRCIO
Ao se instalarem em solo paranaense, assim como ocorreu no restante do Brasil, os judeus se dedicaram às atividades comerciais, vendendo principalmente produtos agrícolas, especialmente cereais. Os Flacks e os Rosenmann uniram-se e organizaram um armazém de secos e molhados.
Ao deixar a colônia de Thomaz Coelho, a família Rosenmann foi para o centro urbano da cidade de Curitiba e instalou, no centro da cidade, um moinho a vapor, e, com o passar dos anos tornou-se um líder da pequena comunidade judaica que já se formava.
CENTRO ISRAELITA
Para congregar os imigrantes foi fundada no ano de 1913 a União Israelita do Paraná, em Curitiba, com atividades religiosas e culturais.

Oficialmente, como aponta Regina, o grupo judeu nessa época já era constituído por 12 famílias e mais 17 homens, alguns solteiros e outros que haviam chegado sem as respectivas esposas ou outros parentes. Em 1920, esses primeiros judeus organizaram o Centro Israelita do Paraná.
Em 1925, através de uma doação, a comunidade judaica estabeleceu o seu primeiro cemitério, no bairro Água Verde.
HOLOCAUSTO
A reportagem de Antonelli não deixa por menos a terrível perseguição nazista contra os judeus. A matéria conta histórias de pessoas que fugiram do Holocausto e vieram para o Paraná tentar reconstruir suas vidas. O Museu do Holocausto, sediado em Curitiba, possui catalogadas histórias de aproximadamente 100 sobreviventes do Holocausto que reconstruíram suas vidas no Paraná. Hoje, são seis sobreviventes vivos que residem na capital.
LEMBRANDO ALGUNS
Os judeus têm tido desde o século 19 papel importante na vida paranaense, nas ciências, Medicina, de forma especial, nas artes, na política, no Executivo do Estado, no Direito, nas artes.
NOTÁVEIS PARANAENSES
À parte a narração de Diego Antonelli, a coluna lança seu olhar em torno de judeus – brasileiros ou não – fortemente associados à vida paranaense. Alguns morreram, outros continua aqui, contribuindo com o Paraná:
Dentre eles, Jaime Lerner, Saul Raiz (ex-prefeito de Curitiba), Moyses Paciornik (Medicina), Julio Pechmann (Arquitetura), Jaime Guelman (Médico), Miguel Krigsner (industrial e empreendedor ambiental), Maurício Schulman (área da energia elétrica), Manoel Knopfholz (educador e consultor empresarial), Szyja Ber Lorber (jornalismo), Alexandre Knopfholz (Criminalista), Fani Lerner (Serviço social), Ester Proveller (Artesanato paranaense), Cecília Krigsner (empresária), Rafael Dely (Urbanismo), Segismundo Morgenstern (Administração), Salomão Soifer (empresário), Hélio Bruck Rotenberg (alta tecnologia e Administração), Leo Kriger (Odontologia e UFPR), Clarita e Henrique Naigeboren (administração pública), Zezo Zindeluk (Medicina), Sara Schulman (vida comunitária), Maurício Brik (Medicina), Arthur Grinbaum (empresário), Saulo Raskim (Genética, UFPR), Milton Naigeboren (Arquitetura), Sale Wolokita (Teatro), Ronald Simon (Pintura), Maurício Brik (Medicina), David Federman (Político, in memoriam), Ronald Schulman (Direito), Isaac Baril (Agronomia e liderança comunitária), Paulo Bromfman Medicina)…