Assessoria – O espetáculo “As Santas” entra em temporada no Mini Guaíra de 19 a 24 de março, com sessões de terça a domingo, às 21h. Durante o Festival de Curitiba, o espetáculo irá compor a Mostra Cia À Curitibana.
A ideia de remontar As Santas surgiu através de Diego Avelleda, ator e filho de Danilo Avelleda. Em 1969, participou da montagem paranaense de “As Criadas”, baseada na obra do francês Jean Genet. As sessões aconteceram no antigo Teatro de Bolso e tinham no elenco Danilo, fazendo o papel de Solange, Cristo Dikoff, no papel de Clara e Siomara Gomide no papel da Madame.
Após quase 55 anos da estreia de “As Criadas”, Danilo volta a fazer parte do elenco da nova montagem, que agora leva o nome de “As Santas”. Completam o elenco a atriz Heloisa Giovenardi e o ator Diego Avelleda, que inclusive faz o papel que o pai fez na primeira montagem. Apesar de não ser a primeira vez que pai e filho atuam no mesmo palco, Diego fala da responsabilidade de fazer o mesmo papel que seu pai fez no final dos anos 60. “Danilo é para mim um grande exemplo de artista e pessoa, pois são mais de 70 anos de dedicação ao teatro e a cultura. Está sendo uma responsabilidade imensa, com uma mistura de insegurança e orgulho de estar ao lado de meu velho de novo no palco”, disse Diego.
Com 84 anos, Danilo sobe ao palco sendo Madame. Ele falou da felicidade de estar no elenco de “As Santas”. “Está sendo uma grande emoção trabalhar novamente uma peça baseada na obra de Genet, pois é um autor que gosto muito. E trabalhar com meu filho, mesmo que não seja a primeira vez, é muito emocionante e gratificante. Eu tenho vários filhos e filhas, mas quem mergulhou de cabeça na arte teatral foi o Diego, que inclusive também assina a produção da peça”.
A tradução e adaptação do texto de “As Santas” foi feita por Silvia Chamecki, a primeira atriz a ganhar o Prêmio Gralha Azul de Teatro, a maior e mais importante premiação do teatro paranaense. Recém-chegada do Canadá, Silvia, que já conhecia a obra de Jean Genet, sabia que era uma dramaturgia bastante complexa, principalmente em termos de tradução e após pedido do diretor Adriano Petermann, ela iniciou o trabalho. “Senti em contato com o elenco, no ensaio, a dificuldade dos atores em trabalhar com a primeira tradução, foi aí que veio a ideia da adaptação, e eu como atriz pensei no texto que fosse bom para a boca no ator, para a cabeça e para o corpo. Foi uma experiência muito interessante, trabalhar nos bastidores, pois sempre estive em cima do palco”, comentou a atriz.
Petermann recebeu o convite para fazer a direção do espetáculo, e desde o início ele e o elenco mergulharam de cabeça aos pés, imbuídos em trabalhar a obra de Jean Genet. “Quebramos a cabeça para trazer esse texto, mas graças ao trabalho incrível da Silvia, a peça vai chegar ao público. “As Santas”, que é baseada na obra “As Criadas” de Genet, apesar de ter sido escrita em 1947 é super atual”, falou o diretor.
Heloisa Giovernardi falou dos desafios no processo da montagem de “As Santas”, “Tem sido bem desafiador, todos nós debruçamos na dramaturgia de Genet e percebemos o quão profunda, é uma obra com muitas camadas, com a junção de diferentes linguagens como a farsa e o realismo”, afirmou a atriz.
A temporada conta com o apoio e patrocínio de O Mundo é Teu, Bartolomeu, Menu.Casa e Mornings – Café da Manhã o Dia Inteiro.
As Santas
Baseado na obra “As Criadas” de Jean Genet, a peça aborda temas como poder, dominação, submissão e guerra de classe. Destaca os valores e instintos marginais das personagens e do próprio autor. Uma Óde à imperfeição, um espelho para o público. O espetáculo é uma aventura ao universo “bandido” de Genet, apelidado por Sartre, de O Santo.
Serviço: As Santas
- Quando: 19/03 a 24/03 – de terça a domingo
- Horário: 21h
- Onde: Miniauditório Teatro Guaíra – Glauco Flores de Sá Brito
- Ingressos: R$40 e R$20 (meia entrada)
Festival de Curitiba
- Quando: 3 a 6 de abril
- Horário: 19h00
- Onde: Miniauditório Teatro Guaíra – Glauco Flores de Sá Brito
- Ingressos: R$50 e R$25 (meia entrada)