sábado, 7 dezembro, 2024
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Instituto Aurora vence prêmio do Fórum Mundial da Democracia

Assessoria – O projeto Meu, Seu, Nosso Voto, idealizado pelo Instituto Aurora em 2020, e, desde então, cocriado por mulheres representantes de outras organizações da sociedade civil – dentre elas o Instituto Nossa Causa, organização cocriadora deste ano e presente desde a primeira edição do projeto –, foi reconhecido como a iniciativa global que mais contribuiu para a construção de paz e valores democráticos em 2024. O projeto já está em sua terceira edição e vem buscando promover diálogos sobre o voto responsável e fortalecer a democracia e uma cultura de direitos humanos.

O prêmio de “Inovação para Democracia 2024” foi conquistado pelo projeto no último dia 08 de novembro (sexta-feira) e concedido pelo World Forum for Democracy, o Fórum Mundial para Democracia que ocorreu em Estrasburgo, na França, entre os dias 6 e 8 de novembro.

O Fórum Mundial da Democracia é organizado anualmente pelo Conselho da Europa, em parceria com o município de Estrasburgo. Reúne especialistas, líderes políticos, acadêmicos e ativistas do mundo inteiro para debater e impulsionar inovações democráticas no globo. Neste ano, estiveram representados 80 países no evento. O objetivo da iniciativa é fomentar soluções para desafios democráticos contemporâneos, abordando desde temas de governança até questões emergentes, como a preservação ambiental e o impacto das novas tecnologias nas sociedades.

Michele Bravos, cofundadora e diretora executiva do Instituto Aurora, representou a instituição e o Meu, Seu, Nosso Voto.  O projeto concorreu com outras 39 iniciativas de todos os continentes, de países como: Albânia, Alemanha, Bangladesh, Bélgica, Canadá, Egito, Equador, Espanha, Estados Unidos, Etiópia, França, Grécia, Indonésia, Kenya, Nigeria, Paquistão, Portugal, Reino Unido, Sérvia, Sudão e Zimbabwe, por exemplo. A escolha do projeto vencedor se deu a partir da avaliação de um jurado especialista e, depois, por meio de votação entre os participantes presentes no último dia do evento, que somavam mais de 400 pessoas.

Para Michele, o prêmio envia uma mensagem para a sociedade global. “É gratificante perceber que uma audiência tão qualificada reconhece que um projeto que promove diálogos para o voto responsável é considerado a melhor estratégia que temos para fortalecer nossas democracias no momento. Ou seja, encontrar formas de dialogar, como a que encontramos, ainda ressoa com o nosso tempo! Em uma época em que falamos tanto sobre as inovações mecânicas, com novas tecnologias e o desenvolvimento da Inteligência Artificial, representantes do mundo todo presentes nesse evento atestam que o desenvolvimento de habilidades humanas, que fortalecem o nosso senso de comunidade, de responsabilidade uns com os outros, ainda faz sentido e é essencial para sustentar as democracias”, disse.

Antes da vitória, Michele falou em um dos painéis do encontro sobre “como podemos garantir diversidade e confiança nas eleições e no processo democrático?”. A diretora executiva do Instituto Aurora falou sobre o projeto e o papel do diálogo na construção de um senso de responsabilidade com o coletivo em um contexto de polarização – em que a ideia que prevalece é a do “nós contra eles”.

Na oportunidade, Michele também destacou o poder do diálogo como uma ferramenta de transformação revolucionária, sobretudo neste contexto. E a partir de rodas de conversa promovida sobretudo com jovens, o projeto tem se provado enriquecedor para estimular a participação cívica e a autorresponsabilidade. Desta forma, o projeto destaca o voto responsável como uma ferramenta de transformação social que se trata de um direito individual, mas de impacto coletivo.

Educação em política, democracia e Direitos Humanos

Foto: Alban Hefti

O Meu, Seu, Nosso Voto é uma iniciativa suprapartidária e sem fins lucrativos lançada em 2020 e cocriada desde então, exclusivamente, por mulheres de diferentes organizações, incluindo o Instituto Nossa Causa, presente desde o começo do projeto. Além das organizações cocriadoras, o projeto conta com parceiros institucionais em diferentes setores (órgaos públicos, organizações que representam ou trabalham com determinados grupos sociais, lideres comunitários, escolas públicas e privadas, outras organizações da sociedade civil). Ao longo de três edições, somam-se 24 parceiros.  “Entendemos que é em rede que chegamos mais longe com este diálogo”, explica Michele.

Os trabalhos contam com o apoio de uma rede de uma dezena de voluntários para facilitar as dinâmicas das conversas e criar espaços de escuta ativa e trocas honestas no Brasil sobre temas relacionados a meio ambiente, representatividade, fake news, justiça social, saúde, segurança alimentar e democracia, entre outros. De 2020 até agora, mais de 120 rodas de conversa já foram promovidas pelo projeto, envolvendo mais de 1.200 jovens sensibilizados em diálogos pela democracia e pelos direitos humanos.

Nesse tempo, foram elaborados três e-books, um com conteúdo sobre voto responsável e dois guias de roteiros de rodas de conversa, com instruções detalhadas para que qualquer pessoa em qualquer lugar possa facilitar rodas de conversa tanto presenciais quanto virtuais, além uma série de podcasts chamada “Nosso Voto”, na qual são discutidos tópicos relevantes para o eleitorado jovem com a parceria de inúmeras organizações de diferentes lugares do Brasil, como TETO, Clima de Eleição, Global Shapers Manaus, Instituto Pensamentos e Ações para Defesa da Democracia (IPAD), Nossas, Joio e Trigo, Casa 1, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Eu Voto em Negra, Perifa Sustentável, entre outras. Os conteúdos abordam temas essenciais à cidadania e visam oferecer informação qualificada para que os ouvintes possam fazer escolhas conscientes nas eleições.

“O principal objetivo do projeto é engajar, especialmente, as juventudes, promovendo reflexões sobre a importância de um voto responsável, que considere o impacto social de cada escolha e valorize os princípios democráticos e dos direitos humanos. Essa abordagem pretende educar e envolver as juventudes para um exercício responsável do direito ao voto, essencial para a manutenção de uma sociedade justa e inclusiva”, pontua Michele.

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