Assessoria – Depois de três meses sem confiança, a indústria volta a mostrar otimismo, como apontou o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa, o empresário industrial está confiante em junho, especialmente em relação aos próximos seis meses. O indicador subiu 1,2 ponto e chegou a 50,4 pontos neste mês. Foram entrevistadas 1.382 empresas entre 1º e 7 de junho.
Em Ribeirão Pires (SP) e em Varginha (MG), a Maximu’s Embalagens Especiais, que atua na fabricação de embalagens plásticas de proteção, vive momento estimulante às boas perspectivas. “O mês de junho começou com demanda bem forte e recorde de carteira de pedidos em nosso parque de Ribeirão Pires, onde concentramos nossa maior operação. Isso nos deixa bastante otimistas, pois se aproxima o segundo semestre, período que, historicamente, apresenta maiores demandas”, fala o diretor da empresa, Marcio Grazino.
Passado o período da pandemia, o empresário conta que, desde março, a fábrica retomou os níveis de produção do segundo semestre de 2022 e que, em maio, a produção de calços e peças técnicas de EPE (Polietileno Expandido) teve destaque, com aumento de 15,4% em relação a abril. Os itens são utilizados para proteção de peças menores e de custos elevados e também em pallets de madeira para peças mais pesadas, sendo usados como separadores de latarias e em peças automotivas.
Grazino pontua que, para que a confiança do setor industrial seja mantida, é preciso atuar em importantes questões que impactam a área, como os altos juros. “Também se faz necessário o avanço da Reforma Tributária, que poderá proporcionar mais competitividade e fortalecer todo o potencial que a indústria brasileira tem”, conclui.
Papelão em alta
Um dos setores que vem registrando aquecimento é o de embalagens de papelão ondulado, considerado, inclusive, termômetro da economia. De acordo com a última prévia do Índice Brasileiro de Papelão Ondulado (IBPO), da EMPAPEL, a expedição de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado alcançou de 340.284 toneladas no mês. O volume é superior a todos os demais meses de maio da série histórica, iniciada em 2005.
Na Mazurky, indústria do segmento, instalada em Mauá, na região do Grande ABC, a produção tem sido em ritmo intenso, principalmente aos setores de eletrônico e farmacêutico.
Na análise da CNI, apesar das expectativas positivas, a atividade industrial tem sido muito prejudicada pelos juros altos. O diretor da Mazurky, Eduardo Mazurkyewistz, endossa a observação. “É necessário um olhar sensível a essa questão, pois é um dos grandes entraves para impulsionar a indústria brasileira, que tem potencial e contribuição tão significativos para a economia do país”, salienta.