Assessoria – O programa de rádio Samba de Bamba, produzido e apresentado pelo jornalista Rodrigo Browne, vai homenagear no próximo domingo (23) o músico Jards Macalé, que faleceu aos 82 anos no último dia 17 de novembro. Na ocasião será reapresentada a participação dele no quadro “O Bamba Escolhe” quando Macalé selecionou e comentou nove sambas de sua memória afetiva, entre eles “Antonico”, de Ismael Silva, que ele define como “o samba da generosidade do Povo Brasileiro”. Na primeira parte do programa, serão apresentados alguns sambas que ele interpretou em diversos momentos de sua carreira. Uma das faixas é uma raridade, “Favela”, de Padeirinho, que Macalé cantou ao lado de Guinga, Moacyr Luz e Zé Renato, em um disco que nunca foi lançado.
Browne, que foi vizinho do mesmo prédio de Macalé em Ipanema, no Rio de Janeiro, lembra que a participação de Macalé no programa é um depoimento histórico. “Ele era muito amigo de meu pai e a aproximação foi natural. Então eu combinei de gravar com ele por telefone. E quando liguei ele tinha acabado de entrar em casa, chegando de avião de São Paulo e já pediu o ‘Samba do Avião’. Foi tudo muito espontâneo, ele foi relacionando os sambas e comentando cada um deles. Ao todo foram nove pedidos e um deles me chamou atenção: a ‘Aria da Bachiana nº5’ de Villa-Lobos, com interpretação de Johnny Alf”.
A relação musical de Macalé escalou compositores como Tom Jobim, Nelson Cavaquinho, Baden Powell, Tom Jobim e Ary Barroso. O programa Samba de Bamba será transmitido no domingo (23), a partir do meio-dia, na Paraná Educativa FM e pode ser sintonizado no rádio na frequência 97.1 MHz ou em tempo real pelo link.
O nove sambas escolhidos por Jards Macalé foram:
- Aquarela do Brasil (Ary Barroso) com Gal Costa
- Consolação – Baden Powell
- Antonico – Ismael Silva
- Samba do avião (Tom Jobim) – com Alaíde Costa
- Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) – com Tom
- Samba de uma nota só (Tom Jobim) – com Leny Andrade
- Ária Bachiana nº5 (Heitor Villa-Lobos) – com Johnny Alf
- Dente no dente (Torquato Neto e Jards Macalé) – com Jards Macalé
- Juízo Final – Nelson Cavaquinho
Velório e enterro

O corpo do músico, cantor e compositor Jards Macalé, que morreu na segunda-feira (17), aos 82 anos, é velado na na Sala Funarte Sidney Miller, no Edifício Gustavo Capanema, no Centro do Rio. O enterro será no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul da cidade.
O corpo do músico é velado no mesmo palco no qual ele já se apresentou ao longo da carreira, ao lado de objetos importantes para ele, e que simbolizam o seu trabalho ao longo da carreira.
Macalé estava internado em um hospital na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio desde o dia 1º, onde tratava de problemas pulmonares. Na segunda, ele sofreu uma parada cardíaca. A causa da morte, de acordo com a unidade de saúde, foi choque séptico e insuficiência renal.
“Jards Macalé nos deixou hoje. Chegou a acordar de uma cirurgia cantando ‘Meu Nome é Gal’, com toda a energia e bom humor que sempre teve. Cante, cante, cante. É assim que sempre lembraremos do nosso mestre, professor e farol de liberdade. Agradecemos, desde já, o carinho, o amor e a admiração de todos. Em breve informaremos detalhes sobre o funeral. 🖤“Nessa soma de todas as coisas, o que sobra é a arte. Eu não quero mais ser moderno, quero ser eterno.” — Jards Macalé’, diz a nota.
