
Talvez agora seja tarde demais, porém desde o final de junho até domingo passado, quem foi à Ilha do Mel pôde se regalar com saborosas tainhas, preparadas com capricho durante o festival gastronômico promovido pelos ilhéus. Um dos felizardos conta à coluna que pagou apenas 50 reais por uma enorme tainha recheada, com acompanhamentos, preparada para quatro pessoas, mas suficiente para até mais duas…
O mesmo informante, todavia, revela que a afluência à paradisíaca ilha de nosso litoral não foi das maiores, exceto nos finais de semana.
GOLFINHOS
Se, para saborear o delicioso pescado, não houve peso excessivo no bolso, o mesmo não se pode dizer quanto aos peixes… vivos. Para ver os golfinhos, que vão se alimentar de peixes menores nas imediações da Ilha das Peças, os marítimos que atuam no núcleo Nova Brasília estão cobrando 200 reais por viagem, tratando-se da lancha de quatro lugares conhecida por “voadeira”. Barcos maiores cobram por pessoa e conforme o número de pessoas, mas é preciso esperar até que a embarcação lote (ou quase lote) para que o resultado do rateio torne-se favorável ao bolso do turista. A partir do núcleo de Encantadas, mais distante da Ilha das Peças, o passeio é mais oneroso.
ACOMODAÇÕES OCIOSAS
Excetuando-se os finais de semana, nestas férias de inverno está sendo alto o índice de ociosidade nas inúmeras pousadas da ilha. Pousadas há para todos os gostos e níveis de poder aquisitivo, desde as mais rústicas, até algumas sofisticadas, cujas diárias não ficam muito abaixo dos hotéis urbanos de várias estrelas. Para quem quer economizar, ainda existem quartos improvisados nas casas de pescadores e principalmente os “campings”. O mais importante, mesmo, é o contato com a natureza.
AVANÇO DAS MARÉS
O que tem sido lamentado pelos que frequentam periodicamente a Ilha é o avanço das marés, removendo areia de algumas praias e depositando em outras. O mar continua avançando sobre a praia que vai em direção à histórica fortaleza, ameaçando várias casas e até o Hotel ali existente desde meados do século passado. A propósito, os mais velhos se recordam que a Ilha recebia os turistas que evitavam, antes da Segunda Guerra Mundial, o perigo representado por moléstias como a maleita, que infestava pontos do litoral, como as então semidesertas praias de Leste, Matinhos e Caiobá. Só com a invenção do D.D.T., a transmissão da doença foi interrompida e a Ilha perdeu sua quase exclusividade como ambiente seguro em nosso litoral. Mas até hoje, para os que amam a natureza, não há refúgio melhor do que uma ilha onde não há ruas; só praias e trilhas; sem ronco de motores de veículos terrestres e buzinadas irritantes. Para “desestressar” não há opção melhor.